quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

As idas e vindas de um campeão: a história de Quarteto de Cordas com o Haras do Morro



A história de Quarteto de Cordas, o ganhador do GP Brasil (G1) de 2018, com o Haras do Morro começa em 12 de março de 2015. Aos sete meses, o filho de Rock of Gilbratar na New Hampshire (Punk) era o número 47 do catálogo do leilão de oferta total do plantel do Beverly Hills Stud. Adquirido, seguiu para as instalações do Haras do Morro, onde foi recriado.
Em 2016, foi um dos potros selecionados para a primeira noite da etapa paulista do Leilão da Criação Nacional, da ABCPCC. Chamava-se então Austin Healey, mas acabou não atingindo o valor de reserva. Pouco mais de 40 dias depois, voltou ao tattersall. Só que no Hipódromo da Gávea, no Leilão Fronteira, Anderson e convidados. E acabou adquirido pelo Stud Sol Marte.

Estreou em 2017 já com o novo nome: Quarteto de Cordas. Logo, mostrou-se um dos bons valores da geração 2014. Venceu a Copa Leilões, a Prova Especial Roi Normand e conquistou colocações clássicas. Em dezembro de 2017, apareceu a possibilidade de recompra do filho de Rock of Gibraltar. Em uma negociação que durou 10 minutos, em meio ao festival do GP Carlos Pellegrinni, o Haras do Morro adquiriu de volta o potro. Na primeira corrida na nova farda, bingo: vitória no GP José Buarque Macedo (G3). Em seguida, fez segundo para o invicto Flight Time, a meio corpo, na primeira prova da tríplice coroa carioca: o GP Estado do Rio de Janeiro (G1).

Então, eis que aparece mais uma possibilidade de negociação do Quarteto de Cordas. Às vésperas da segunda etapa da tríplice coroa no Rio, surge o interesse de proprietários russos. Negócio ficou praticamente fechado, mas como os valores não chegaram a tempo no Brasil — os então compradores não conseguiram fazer a transferência definitiva por problemas de comunicação bancária na Irlanda —, o animal teve a inscrição mantida no GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1). Nas pistas, não confirmou os excelentes trabalhos. Teve um percurso ruim e chegou apenas na sétima colocação. A negociação, então, acabou cancelada pelos russos.



Melhor para o Haras do Morro, que viu a insistência ser premiada. Como o treinador L.Esteves sempre acreditou no animal, apesar de muitos falarem que não tinha pedigree para a distância clássica dos 2.400m, os proprietários bancaram a inscrição no GP Brasil. O resultado todos já sabem: sabe aquele número 47 do leilão do Beverly Hills? Levou a principal prova do turfe brasileiro. Sabe qual a exata do páreo? 4-7...Será mera coincidência?


* Artigo de autoria do proprietário deste blog, originalmente publicado no site Raia Leve, em 12/6/2018


** Foto extraída do site do Jockey Club Brasileiro, de autoria de Sylvio Rondinelli.

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Após a Copa ABCPCC Clássica, em que Quarteto de Cordas tirou segundo para o Arrocha, o animal acabou vendido pelo Haras do Morro para o exterior.

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