terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os mais mais de 2013







E chega o último dia do ano. Tempo de pausa forçada nas carreiras. Corridas agora só no próximo sábado, em Cidade Jardim. E sempre que um ano termina é comum surgirem as listas. Melhores filmes, melhores shows e por aí vai. Não é muito frequente no turfe, principalmente porque o ano hípico começa em julho e termina em junho. Mas vou fazer diferente e elencar os melhores de 2013. Sei que muitos vão discordar, mas vamos lá:

✔ Cavalo do ano
Fixador (Crafty CT). Teve um segundo semestre intocável, com quatro apresentações em quatro vitórias. Faturou quatro G1 em toda a campanha.

✔ Égua do ano
Estrela Monarchos (Monarchos). Evoluiu muito durante o ano. Venceu o Brasil das éguas e chegou com sucesso aos 2.400m. Gostaria de vê-la encarando os machos.

✔ Melhor velocista
Desejado Put (Put it Back). Com a lesão do Billion Dollar, dominou os 1.000m. Venceu o Suckow, o Proclamação da República e a Copa ABCPCC Velocidade. Precisa dizer mais?

✔ Melhor milheiro
Maltês (Red Runner). Fez uma baita corrida na Argentina e faturou um G1, dois G2 e um G3.

✔ Melhor arenático
Victory is Ours (Northern Afleet). Venceu o Paraná, o Bento Gonçalves e estraçalhou o recorde dos 2.200m de Cidade Jardim e dos 2.000m do Tarumã.

✔ Melhor velocista na areia
Categoria de difícil mensuração pela carência de provas de grupo. Pelo conjunto da obra, merece o velhinho Landau (Shudanz). Ganhou prova de grupo na Gávea e duas provas especiais em SP.

✔ Melhor milheiro na areia

Uareademon (Watchmon). Levantou a Copa ABCPCC regional e venceu a primeira prova da tríplice coroa uruguaia. Arquimedes (Public Purse) levantou um G3 e um listed e mostrou ser o melhor carioca na distância.

✔ Melhor 2 anos (macho)
Farrier (Pioneering). Venceu um G1 e um G2. Pena que machucou.

✔ Melhor 2 anos (fêmea)
Ana Luísa (Elusive Quality). Venceu um G2, um G3 e tirou segundo num G1 na Gávea.

✔ Vitória clássica com mais sobras
Energia Fribby (Agnes Gold) no Diana Paulista. Mas o Maltês também deixou impressão das melhores ao vencer o Gervásio Seabra em julho na Gávea, assim como o Victory is Ours ao levantar o GP Paraná.

✔ Corredor de claiming do ano
Nico Boy (A Good Reason). Ganhou cinco seguidas entre 17 de março e 7 de julho. Andou num estadão de dar gosto a qualquer proprietário.

Feliz 2014!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Os nove capítulos da noturna + uma atração especial

✔ A jornada de Cidade Jardim começou em alto estilo. A disputa da final da Sprinters Cup (foto), sem dúvida, foi uma grande novidade. Na raia, Brigadeiro Storm (o mais pesado no handicap) levou a melhor após um mano a mano com o Da-lhe Senador. Os dois quebraram o recorde dos 800m. A marca pertencia ao Chalk. Mas, e os tempos das seletivas? Não vão valer? Esperava mais do Pars e da Flexa Treze.




✔ Na abertura da jornada, Golden Glam confirmou os bons workouts. Perseguiu o New Sant (dá toda a pinta de ter mais fama do que pernas), dominou na entrada da reta e na hora que o Hancok veio com tudo o Nelito deixou andar. Venceu bem o pupilo do Haras Phillipson. Air Bud deu cânter bonito e fracassou. Mas voltava de quase nove meses parado. Vamos ver o retorno na grama.

✔ Tutto Guigo se aproveitou da direção pouco inspirada do M.Platini no Great Killer e saiu do perdedor. Mais uma vez, Great Killer ficou para a próxima. Nessa turma, na areia, devolve o capital no retorno.  Vale Muito, estreante norte-americano do Palurape, não mostrou nada. Abriu com apenas 80 pules no placê, fez cânter aos saltos e, em corrida, não confirmou a raça que tem.

✔ As favoritas tiveram direções pouco inspiradas e a Diesel Girl foi para a foto. A.M.Souza matou a Lune Sainte na boca. Direção péssima. Leal ficou encaixotado na Vacaciones. Ponto para o A.L.Silva que fez tudo certo. Lune Sainte, no entanto, teve hemorragia grau 3.

✔  Despencando de enturmação, Heart of Storm venceu bem. A irmã materna da clássica Star Magic saiu brigando com a Vilinha e despachou as rivais nos 250m finais. Tempo foi fraco (57''297).

✔ Vendendo um caminhão de jogo nos últimos três minutos, Untermeyer reacionou para cima do Cadete Almir e venceu. Não gostei da direção do Aparecido no favorito. Fez as curvas abertas, deu a impressão de que iria engolir nos 300m e molhou no fim. Mila D'Eyjur no claiming das éguas vai dar trabalho.

✔ Em direção corajosa do N.Cunha, Ultra Thunder fez a festa do Ivan Jerônimo. Aero-bomb deu fila. Half-god saiu muito ligeiro e molhou na reta. Desisti do Gormali. Deu cânter bonito mais uma vez e não confirmou ainda as carreiras da Gávea.

✔ Ivan Lendel fez um train rachado com o Vertical Limit e perdeu tudo no fim. Dupla Casual passou muito bonito e atropelou forte para vencer. Catalyst também foi bem. Já os dois mais apostados, Hamilton da Serra e Vertical Limit, aparentemente tiveram prova contrária. Mas decepcionaram.

✔ Na grama, Mistaken Id aproveitou o espaço deixado pelo Rumbador e dominou nos 100m finais. J.Moura tem se mostrado um aprendiz "gasolina". Larga e deixa andar. Na hora que aprender a dosar, vai tirar muitas fotos seguidas. Império América virou o fio. Não é mais o animal que pintou muito bem.

✔  No quarto páreo de claiming da noite, Ayumi enfrentou apenas as éguas e levou a melhor. Uno Glory teve percurso acidentado e, se não fossem esses percalços, teria vencido. Chakras, La Lejana e Valentine Carrie fritaram. Ficaram devendo. E muito!

A direção nota zero: Ângelo Márcio Souza em Lune Sainte. Contrariou a favorita e molhou na reta.

A direção nota 10: Nelito Cunha no Ultra Thunder. Teve coragem para passar junto à cerca.

O destaque: A Sprinters Cup. Será que veio para ficar?

O ponto negativo: A falta de apostas na final da Sprinters Cup. Não poderiam ter feito uma reunião extra? Páreo venderia mais de R$ 40 mil fácil.

Carimbo na próxima: Great Killer. É so o Platini não bobear.

Fast salvador...

Os combalidos cofres do Jockey Club de São Paulo ganharam um alento nas últimas duas semanas com o acúmulo constante do FAST 6. Já são cinco reuniões consecutivas sem sair com seis pontos. Com isso, a bonificação do próximo sábado está em R$ 45 mil (não me recordo dessa modalidade ficar tanto tempo "invicta").

Desde que começou a acumular, na reunião do domingo 7 de julho, a modalidade já vendeu R$ 258.753,50 e distribuiu R$ 77.611,03. Ou seja, um lucro bruto de R$ 181.142,47 (desse valor ainda tem que descontar a comissão dos agentes credenciados).

Vale lembrar que na última vez que o Fast saiu com seis pontos (6 de julho) o Betting 5 também teve a totalidade de exatas. Naquele dia o JCSP teve que pagar R$ 42.920,83 para cada um dos sete sortudos. A bonificação do Betting estava em R$ 280 mil.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pôxa, Raia Leve...

Caros, queria mostrar a vocês como a fase do Raia Leve não anda nada boa. Se outrora era o principal veículo informativo do turfe brasileiro, hoje, sem dúvida, perdeu o galão e começa a ficar para trás. Vejam a lista de notícias publicadas hoje. 



Manchete: Gávea tem 41 páreos confirmados essa semana. Texto traz apenas o campo das provas

Últimas notícias:
[29/05/2013 - 09h59min] - SP: A.L.Cintra e M.F.Gusso foram os destaques entre os treinadores (resultados do fim de semana)

[29/05/2013 - 09h53min] - Craques do Estrela Energia vão ser levados para o Exterior (notícia publicada no site da ABCPCC um dia antes)

[29/05/2013 - 09h48min] - Mr. Hat será inscrito na Taça de Prata, na Gávea (notícia publicada no site da ABCPCC um dia antes)

[29/05/2013 - 09h26min] - A história do Lasix (artigo garimpado pelo Aron um dia antes)

[29/05/2013 - 09h25min] - SP: José Aparecido da show e vence oito páreos durante as reuniões (resultados do fim de semana)

[29/05/2013 - 07h47min] - Dia 3 de junho, a formatura do Curso de Treinadores do Cristal (agenda)

[28/05/2013 - 12h36min] - TNT – encerramento hoje (agenda)

[28/05/2013 - 11h47min] - Convite do turfe gaúcho (agenda)

Ou seja, as reportagens, notícias exclusivas praticamente desapareceram. Uma pena. Sem contar que perdeu recentemente profissionais que estavam se destacando na crônica turfística, como Victor Corrêa e o Enrico Jarussi. Creio que só o polêmico Espaço do Leitor segue dando audiência ao site.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma breve pausa...

O blog Ponta e Placê vai dar uma pausa de duas semanas. Passa rápido. Voltamos na antevéspera do GP São Paulo, com comentários sobre as principais provas da semana máxima paulista. Então, até 17 de maio, uma sexta-feira...


terça-feira, 23 de abril de 2013

Os oito capítulos da noturna em Cidade Jardim

✔ Mesmo com uma reta meio entreverada, Outro Campeão conseguiu sair do caixote da parelha e dominar os dois competidores do Stud Alke nas proximidades do espelho. No claiming só de éguas, Ayumi deve vencer.

✔ Tido como craque no início de sua campanha, Priority One precisou cair para o claiming para voltar a vencer. Sombra de Lorena já merece passar na frente. Mas o ponto negativo do páreo foi a Jeane Alves no Quatro Olhos. Toda encaixotada, ela só conseguiu fazer o cavalo correr nos 150m finais. E chegou voando no disco...

✔ Da Pesada anda voando e emplacou a terceira seguida em 34 dias. Alcançou o Pentagono na picada de cobra. O sempre esperado Mr.Fly fez mais um terceiro na campanha. O quarto em quatro atuações.

Roose Rockyn adorou a grama e mudou amplamente o seu padrão de carreira. A filha de Coax me Clyde tomou a ponta 100m após a largada e jamais deu impressão de derrota. Betinho Inspiração namora com a vitória.

✔ Cavalo de lua, Dia dos Namorados voltou ao gramado e ganhou bem. Mas não valeu a corrida do Thisisathunder. O Larroque largou se chocando com outros animais e ficou sem pista livre durante boa parte do percurso. Na próxima, passa na frente nessa turma.

✔ All Saints mostrou que será um forte adversário no Delegações Turfísticas, clássico na areia que fecha a semana do GP São Paulo, principalmente se o Victory is Ours for um dos competidores da prova máxima paulista. Loveandfeeling anda no melhor da forma: conseguiu atropelar para cima do Landau. Não gostei das carreiras do Zezeu nem do Pimentinha Friend. Veja como foi:




✔ Chinese Wall explodiu e acumulou o Fast 6. Depois de levar uma "surra" do A.C.Silva, Apronto Final conseguiu salvar os placês. Song Blues deu fila de vitória e teve que se contentar com a trifeta.

✔ Big Wells largou e acabou. Boa vitória. In-Quest baixou de distância e também correu bem. A dupla deu na reta oposta. Corrido muito atrás, Get Real atropelou para formar a trifeta. Be be King deu cânter feio e fracassou. Nem parecia um ganhador de Grupo 1.

A direção nota zero: Jeane Alves em Quatro Olhos. Bobeou feio

A direção nota 10: A.Queiroz no Da Pesada

O destaque: a vitória do All Saints. Trabalho de luxo para o Delegações Turfísticas

Carimbo na próxima:Thisisathunder

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cunha, Phillipson e San Isidro

✔ Dois cavalos brasileiros de propriedade do Haras Phillipson conseguiram bons resultados ontem em San Isidro. A potranca Gaga A venceu e o badalado Going Somewhere, vencedor do GP Carlos Pelegrinni (gr.I) em dezembro, tirou segundo no Clasico Porteño (gr.III). Os dois cumpriram campanha no ano passado em Cidade Jardim e, após o festival do Pelegrinni, ficaram em Buenos Aires. Os animais foram conduzidos por N.Cunha.

✔ Going Somewhere entrou na pista para disputar o 7º páreo, em 2.400m. Favorito de 1,95, o filho de Sulamani era o mais novo entre os oito competidores inscritos e levava de dois quilos e meio a cinco quilos e meio de vantagem dos demais. Correu a maior parte do percurso em quarto e conseguiu formar a dupla apenas nos metros finais. Chegou descontando para cima do ganhador, Storm Rancher (Bernstein), mas nunca deu impressão de vitória. Com o segundo lugar no Clasico Porteño, faturou 31,5 mil pesos (R$  12.256,65 pelo câmbio de hoje). Ainda está devendo o ganhador do Pelegrinni 2012. Confira como foi:



✔ No 12º páreo, a parceria N.Cunha/Haras Phillipson brilhou. Segunda favorita, com rateio de 3 por um, a uruguaia Gaga A (TH Approval) venceu muito bem o páreo de potrancas de três anos ganhadoras de uma corrida, em 1.800m. Correu em segundo a maior parte do tempo e fuzilou na reta de chegada. Faturou 58 mil pesos pela vitória. Pelo câmbio oficial, é o equivalente a R$ 22.567,80. Em Cidade Jardim, as potrancas de 3 anos correm por R$ 7 mil para o primeiro lugar. Veja como foi a carreira:


✔ Cunha e o Phillipson tiveram outras três inscrições que acabaram fora do marcador. Hacete Mano, um dois anos filho de Giant's Causeway, chegou em 13º num clássico para inéditos. Hechizada Vai, uma Catcher in the Rye, terminou em 6º na versão clássica para inéditas. E Gás Total terminou em 7º no Clásico Paseana (gr.III), em 1.800m. O tempo dessa prova foi oito décimos melhor do que o assinalado pela Gaga A.

domingo, 21 de abril de 2013

Bola dentro

Na última sexta-feira (19 de abril), vi o anúncio publicado pelo Jockey Club Brasileiro no caderno de Esportes do jornal O Globo. É sem dúvida uma grande bola dentro da atual direção. Não sei em que termos foi fechada essa parceria com o marketing do jornal, mas é um bom espaço que o turfe terá na mídia.

Pela tabela de O Globo, um anúncio daquele (três colunas por 26cm, o chamado quarto de página) custa R$ 34.668 cada veiculação às sextas-feiras. Se for aos domingos, o valor sobe para R$ 48,2 mil. É um bom espaço que, se bem aproveitado, pode render bons frutos ao JCB.




Sobre a coluna em si publicada, creio que o JCB precisa valorizar o lazer. Tem que mostrar as principais provas, mas é necessário divulgar para a pessoa que está lendo o anúncio o que é possível fazer no hipódromo. Tem restaurante? Se positivo, que tal promover um prato especial? Tem bar? Se positivo, que tal fazer um drinque a um preço camarada ou um combo de cervejas para as pessoas que levarem o anúncio? Sair para ver corridas, só turfistas fazem. Mas almoçar, jantar e bater um papo no happy hour com os amigos, todos gostam. Fica a dica!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Histórias do turfe


Por esses dias, lendo as páginas de turfe da BBC me deparei com uma história curiosa. Um leitor reclamava que perdeu duas mil libras numa acumulada no ano passado por que o jóquei havia errado o caminho. "Mas como?", pensei comigo. Fui dar uma olhada nas notícias anteriores e confesso que fiquei pasmo com a história que se passou no Hipódromo de Fakenham, na Inglaterra, distante cerca de 190km de Londres.

Eis o que aconteceu: 20 de novembro de 2012, 13h30. Os cavalos entram na reta de chegada de um páreo de perdedores em 3.320m, com obstáculos. Era a segunda de um programa com seis provas. O favorito de 2,20 por um vem fácil na frente. Benny the Swinger, pilotado pelo jóquei Brendan Powell, passa pelo último obstáculo e ruma para a vitória. Mas o desatento jóquei pegou o rumo errado. E não cruzou o disco de chegada. Acabou desclassificado para último.

O jóquei do animal que vinha em segundo parece não acreditar no "feito" do Brendan Powell e diminui o ritmo do seu pilotado. Longe, o que estava em terceiro arranca duro e vence o páreo por focinho. Pagou 9,50 por um o Peak Season. As autoridades hípicas da Grã-Bretanha abriram sindicância para apurar o caso. E não encontraram nenhum indício de fraude. E o jóquei Brendan Powell, 17 anos, pegou 14 dias de suspensão. Já pensou se fosse no Brasil? Quer ver a presepada. Olhe aí:


terça-feira, 2 de abril de 2013

Vem aí em São Paulo...


✔ Depois de programar apenas uma reunião na semana que passou, o Jockey Club de São Paulo volta a agendar carreiras para o sábado (nove páreos), domingo (nove páreos) e a segunda-feira (oito páreos). Os destaques são duas provas especiais. A primeira delas é a PE Jorge Wallace Simonsen, para éguas de três e mais anos em 1.000m na grama. São 10 inscritas. Confira (clique em cima da imagem abaixo):



MINHA OPINIÃO: Com boas carreiras em provas mais fortes, Jailbreak aparenta ser a força. Larga pedra um e vai de S.Generoso. A dúvida é a Regards, que volta à grama após fracassar na estreia. Será a prova de fogo dela nesse tipo de terreno. Vamos ver se tem lenha para queimar. Sem conhecer derrota no gramado, Nice Star sonha com voos mais altos. As demais aparentam que devem brigar pela quadrifeta.

✔ No domingo, é a vez da PE Raul e Irene Crespi, para éguas de três e mais anos em 1.400m na grama. São três potrancas que levam três quilos de vantagem em relação às mais velhas. Veja o campo da prova:



MINHA OPINIÃO: Impossível marcar contra a Star Magic, que foi a primeira líder da geração 2009. A filha de First American voltou com tudo no último dia 18 e deu um show na pista de areia (foi a primeira atuação dela nesse terreno). Venceu fácil, a puro galope, um páreo que não era fraco. Deixou a Música Clássica a 6 corpos e 1/4. Confirmando o padrão de carreira, será muito difícil perder. Para a dupla, vejo a Flamenga como nome mais forte. Derrotou os machos na última. Acredito que essa exata 2-8 é uma boa opção de crava no betting, caso se confirme a pista programada.

✔ Nas resoluções da Comissão de Corridas de Cidade Jardim divulgadas hoje, chama a atenção sobre a possibilidade de páreos de 2 anos serem chamados em breve para as programações noturnas. Não está muito cedo, não? Estamos apenas em abril, a quase três meses dos potrinhos trocarem de idade. Os treinadores, inclusive, poderão "solicitar previamente à Comissão de Corridas, autorização para que seus produtos de 2 anos possam 'passear' no Paddock durante as corridas noturnas, para se ambientarem com a iluminação".

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Os 10 capítulos da noturna em CJ


✔ Neve Fofa acompanhou o ritmo ligeiro do Tarragon e, na hora que o F.Leandro fez correr, fugiu para o disco. Jewel of Lema completou a trifeta. Essa chamada de 4 anos e mais idade perdedores na areia é uma das mais fracas de Cidade Jardim. Tem bicho aí que ainda vai demorar a ganhar.

✔ E a Ramatuelle explodiu com pule alta (21,60 por um). Derrotada com frequência pela Vigília, ela foi às forras hoje. A Vígilia entrou bem reta, mas acho que amadrinhou na hora que o Sweet Pea botou do lado. No final ainda descontou para cima da Ramatuelle, mas o disco chegou antes. E essa Vígilia é curiosa: corre bem em provas fortes, mas é modesta na sua verdadeira turma.

✔  Numa joqueada caprichada da Josiane, Gold Seal levou a melhor nos 2.400m. Mundo Real voltou junto à cerca e formou a dupla. Não gostei da direção do A.C.Silva no Gandalf the Grey. Deu impressão de ser uma barbada enorme na curva, mas o cavalo não deslanchou na reta. Se tivesse ido para a frente, a história poderia ter sido diferente. Olho nele na volta.

✔ Hole in One deu cânter feio, mas mesmo assim venceu. O galope de apresentação derrubou muita gente. Tanto que abriu pagando 1,80 e fechou a 2,40. Relief formou a dupla pela quarta vez em oito apresentações. New Sant vendeu um caminhão de jogo, principalmente de placê, com mais de R$ 3 mil e fez um bom terceiro. Deve ganhar na próxima.

✔ August Purse fez o dublê do Public Purse nos 2.400m. Corrido no fundo do lote pelo M.Quintana, o cavalo do Stud São José e Bastiões (alô, Serginho, 19,50 por um não é todo dia) veio engrenado nos 200m finais e fugiu bem para o disco. Animadora a atuação do Cuore Ingrato. Não corria há quase cinco meses e fez um bom segundo, mesmo ficando meio entreverado nas patas do All Saints na reta. Por falar em All Saints, definitivamente, só na areia. E o Queiroz não agradou com direção dada ao Além da Conta. Confira como foi:



✔ La Lejana confirmou o bom segundo no retorno da Gávea e venceu. Correu longe o Mais que um Sonho. Engrenou uma atropelada nos 200m finais, mas só conseguiu formar a dupla. Queen Red chegou a dar impressão no meio da reta e fez um bom terceiro.

✔ Incrível, mas pagou muito a Dama de Honra (3,20 na ponta e 2,60 no placê). Ela já havia derrotado boa parte da adversárias e tinha carreiras animadoras, com exceção da última. N.A.Santos montou muito bem. Largou, tomou a ponta, recebeu o ataque da Mathematics e veio embora na reta.

✔ Quale Qual passou a variante como autêntica barbada, mas chorou tanto nos 100m finais que por pouco o Cris Mon não pega ele. Quase um repeteco da carreira de 5 de janeiro (reveja aqui). Time Away completou a trifeta.

✔ E o Fala Nadav subiu de turma e embolachou os rivais num páreo forte. Picado por uma abelha africano, parafraseando o Casella, largou, traçou uma minidiagonal e tchau. Jamais deu impressão de derrota o filho de Yagli. Correu os primeiros 1.000m em impressionantes 56''993. Tá louco! Fez bem demais a mudança de cocheira. New Port segue ensaiando a vitória. Já o Iuventus dá a impressão que virou o fio. Veja:



✔ Aditivado pelo lasix e no rigor do Leal, Bem Bão fechou a noturna e o pick final dos sabidos. Deve gente que ganhou uma bolada. Mas fiquei com a impressão de que o Dom Moura só perdeu porque não corria há quase oito meses. Ultimate Tyrant largou mal e chegou correndo. Olho nele!

A direção nota zero: A.Queiroz no Além da Conta. Correu em exagerado alcance.

A direção nota 10: N.A.Santos na Dama de Honra. É o jeito certinho de correr uma barbada: sem dar chance aos rivais.

A pisada na bola: a queda na imagem nos 200m finais em alguns páreos. Entrou uma imagem quadriculada no segundo e no nono páreo. Falha técnica!

O destaque: a vitória do Fala Nadav. Creio que foi a melhor atuação dele. Nem na época do Eternamente Rio mostrou um padrão tão alto de carreira: 56''993 nos primeiros 1.000m em curva é tempo para pouquíssimos.

Carimbo na próxima: Dom Moura. Perdeu pela inatividade.

Ritmo alucinante


✔ No último sábado (30 de março), um páreo disputado em San Isidro, na Argentina, me chamou a atenção. Trata-se da sétima prova do programa: o handicap Sir Berkeley, para éguas de três e mais anos na pista de grama. Um páreo semiclássico, mas que teve um desenrolar um pouco "diferente". O motivo? O jeito que a número 2, a Bolivariana, correu. Levando apenas 51,5kg no lombo, a filha de Incurable Optimist fez parciais impressionantes: primeiros 400m em 23''8; 800m em 46''6. Só que tinha um problema? O páreo era em 1.800m.

✔ O resultado? A égua parou de estalo nos 200m finais e fechou raia entre nove competidoras. Ela correu tão esfuziada na frente que acho que chegou a abrir uns 20 corpos de vantagem. Por outro lado, a atropelada da potranca do Haras Santa Maria de Araras impressionou. Most Advanced, uma três anos filho de Put it Back (sempre ele), chegou com vistosa ação no disco. Venceu bem por três corpos e meio. A dotação para a primeira colocada foi de 60 mil pesos (R$ 23,6 mil pelo câmbio de hoje). Olha aí como foi o páreo:


 
✔ Em São Paulo, lembro de uma filha do Itajara que corria desse jeito. Era a Sereyba (geração 1991 do Haras São José & Expedictus). Na estreia, em 28 de julho de 1994, entrou na frente com uns 30 corpos de vantagem em uma prova em 1.600m na areia. O Taquinho, um turfista aqui de Brasília, deu um berro na hora: "Eita, é a nova Itajara". Secação máxima! A bichinha sentou na raia e chegou em quinto. Depois, conseguiram amansá-la e ela venceu quatro carreiras em 1.000m e duas em 1.100m em 17 atuações.

Bal a Bali e Orb


✔ Se a Billy Girl no sábado deu a impressão de que rendeu menos do que na anterior, exatamente o oposto ocorreu ontem com o líder entre os potros, o Bal a Bali. Também de criação do Haras Santa Maria de Araras (como a Billy Girl), o defensor do stud Alvarenga venceu em boa lei o GP Mario de Azevedo Ribeiro (GIII) e, tendo o Clackson como avô materno, acho que pode muito bem chegar na distância. Mostrou ser bem superior aos rivais. Acompanhou de perto o train puxado pelo tordilho Set Lua (mais um bom filho do Silent Name), o filho de Put it Back dominou na entrada da reta e fugiu para o espelho. Confira como foi a vitória do filho da ganhadora clássica In My Side, vencedora do GP Roger Guedon (GIII) de 2000:



✔  Algo ocorreu com o Mr.Hat (Top Hat). Depois de uma estreia animadora, esperava muito do potro de propriedade do Estrela Energia. Algo prejudicado na largada, correu no meio do pelotão, entre quarto e quinto, mas desligou-se completamente na entrada da reta. Chegou muito longe do Bal a Bali. Vamos aguardar as ocorrências veterinárias para saber o que houve e, com certeza, esperar a volta. É bom animal.

✔ Também fiquei impressionado com um potro que estreou ganhando muito bem ontem. Trata-se do Abelhudo. Um Elusive Quality em égua Royal Academy. Marcou o melhor tempo dos 1.100m do dia, mas não só isso. Largou frio (pedra 2), mas logo estava em terceiro, fazendo a curva aberto e dominando facilmente os rivais na entrada da reta. Partiu dali rumo ao disco chegando com boa ação. Sem dúvida, uma estreia animadora. Elusive Quality já é o pai da líder paulista, a Ana Luisa. Tendo como avô materno o Royal Academy, acredito que o Abelhudo tem tudo para pegar bem a grama. Olha aí a vitória dele:



✔ Hoje, depois de uma pausa de uma semana, Cidade Jardim retoma as carreiras. Serão 10 páreos. A expectativa é sobre como estará a pista de grama. Se não chover, com certeza, será utilizada. O que pega são as informações que chegam sobre as "passarelas" colocadas em cima da grama para o acesso do público do Lollapalooza (também apelidado de lamapalooza, segundo o Fantástico) ao peão do prado. Parece que a pista está bem castigada. Vamos aguardar e ver como ficou.

✔ A um mês do Kentucky Derby, a primeira prova da tríplice coroa norteamericana, fiquei muito impressionado com a vitória do Orb, no Florida Derby (US$ 1 milhão de bolsa), sábado em Gulfstream Park. Tudo bem que o tempo foi o segundo mais fraco registrado no Florida Derby nos últimos 10 anos. Mas a ação final dele impressionou. Corrido em quinto, passou na curva para terceiro e fuzilou na reta. Gostei muito do filho de Malibu Moon. É bom lembrar que o Florida Derby já produziu 21 ganhadores do Kentucky Derby, o último deles o bicoroado Big Brown, em 2008. Confira como foi a quarta vitória, em sete atuações do Orb:

 

domingo, 31 de março de 2013

Gávea, Dubai e Cidade Jardim


✔ A geração 2010 começa a tomar forma no Hipódromo da Gávea. Billy Girl (Put it Back) e Beauty Harlan (Harlan's Holiday) têm demonstrado serem as melhores potrancas em atividade no Rio de Janeiro. Novamente, formaram ponta e dupla numa prova clássica. Mais uma vez quem levou a melhor foi a Billy Girl, uma irmã materna do Addict, do Tank Boy e do Saberete. Corrida em terceiro/quarto pelo Jean Pierre, ela mostrou novamente um bom sprint final numa grama bem pesada.

✔ Animou, no entanto, a atuação da Beauty Harlan. Ela precisou correr atrás da faixa da Billy Girl, a Brilhantissima (que havia deixado impressão das melhores na estreia), e resistiu bem. Deu fila e num páreo mais favorável pode sim ganhar da competidora do Haras Santa Maria de Araras. Sobre a Billy Girl, tenho a dizer que não impressionou tanto quanto nas duas primeiras (estreia num páreo comum e no Clássico Luiz Alves de Almeida), mas sem dúvida é uma ótima corredora. Confira como foi o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), primeira etapa para potrancas da copa de dois anos:



✔ No sábado, tivemos a realização do festival da Dubai World Cup. Animal Kingdom, filho do Leroidesanimaux, levou a melhor na prova principal. Mas gostaria de chamar a atenção para uma outra prova importante, a Dubai Sheema Classic (GI), em 2.400m, na pista de grama. Venceu o St. Nicholas Abbey. Ganhou muito bem o filho de Montjeu (ganhador do Arco do Triunfo e do King George VI and Queen Elizabeth Stakes). Segundo colocado no ano passado nessa mesma prova, St. Nicholas Abbey tem em seu currículo um bicampeonato na Coronation Cup (G1) e uma Breeder's Cup Turf. Tem tudo para ser animal valorizado na reprodução. Veja como foi a vitória dele (é o número 6):



✔ Pressionada por proprietários e turfistas, a Comissão de Corridas de São Paulo mudou um pouco o regulamento do penetrômetro, mas só nas provas do retão gramado. A partir de amanhã (1º de abril), a CC poderá alterar o índice em 0,6 (antes era 0,3) para as provas comuns em 800m e 1.000m. Já as provas da programação clássica poderão ter o índice alterado em 1,0.

✔ Outra decisão da CC de Cidade Jardim é que a contraprova em casos de doping serão pagas. Custará R$ 1,7 mil. Na Gávea, o valor é maior: R$ 2 mil.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Memória

Assisto as corridas pela antena parabólica. Como o Jockey Club de São Paulo tem um canal específico no satélite Brasilsat B4, a programação fica 24 horas no ar. A qualquer momento que sintonizar a tevê no sinal do JCSP, tem alguma coisa relativa ao turfe passando. Seja replays das provas clássicas ou dicas para atrair novos proprietários e apostadores.

Ainda acho que a programação 24 horas do canal do Jockey Club de São Paulo precisa ser melhor distribuída. Uma sugestão que já apresentei ao Jair Balla é utilizar o replay das provas mais recentes. Mas até agora nada, vamos aguardar. Se São Paulo precisa melhorar, não sei nem o que dizer da TV Turfe, do JCB. Apesar de ter o canal disponível durante todo o dia, sete vezes por semana, o JCB transmite apenas os páreos ao vivo. E faz a mesa de indicações, assim como Cidade Jardim. E nada mais.

Entretanto, vez por outra, normalmente após o replay das provas do dia, o canal do JCSP costuma transmitir pequenos filmes sobre cavalos que marcaram época no turfe brasileiro. É bem legal. Além dos páreos recentes dos anos 1980, 1990 e 2000, tem carreiras da década de 1950. Um deles entrou recentemente na intenet, postado pelo Dorival Conde.

É o que mostra duas vitórias do Narvik, do Haras Faxina, com filmes rápidos dos GPs Linneo de Paula Machado e Piratininga. Gostaria que mais vídeos desses ficassem disponíveis na internet. Confira um pouco sobre o recordista dos 3.000m da grama da Gávea, cuja marca ainda é considerada com a melhor de toda a história mundial.

Luto

“O homem morre tantas vezes quantas vezes perde os seus”

 A frase do escritor da Roma antiga Públio Siro retrata com fidelidade um dos nossos principais momentos: a morte. E concordo com ele. Morremos todas as vezes que alguém querido, próximo se vai. Desde as primeiras horas desta sexta-feira santa, não consigo parar de pensar em uma pessoa que tive pouco contato físico, mas que se tornou próxima com o advento das redes sociais.

O turfe brasileiro perdeu nesta quinta-feira um de seus entusiastas: o turfista carioca Luiz Gustavo Azevedo, 33 anos. Era simplesmente o Tavinho. Boa gente, polêmico, torcedor do Fluminense e, acima de tudo, um turfista. Conhecia as malandragens da atividade. Polêmico, criticava a todos. Com o seu jeito debochado, arrumou muita confusão nas redes sociais. Sem dúvida, deu muito trabalho aos moderadores das comunidades de turfe do Facebook e, principalmente, do Orkut. Foram tantas as vezes que perdi a conta do quanto o pedia para maneirar no linguajar.

Conheci o Tavinho justamente graças às redes sociais. Fisicamente, poucas vezes conversamos sobre turfe. Uma vez no Rio, em 2006, outra em 2008 e, por fim, na tarde do GP São Paulo de 2009, quando ficou muito alegre com a estreia vitoriosa do Proudman. Mas, no mundo virtual, sempre mantínhamos contato. Falávamos basicamente de turfe e de futebol. Nos últimos tempos, tirou muito sarro com a minha cara. Afinal, os dois campeonatos brasileiros do Fluminense nos últimos três anos deixaram os tricolores na crista da onda.

No turfe, o Tavinho me ajudou no meu extinto blog. Indicou durante um bom tempo com as carreiras do Cristal. Uma das minhas lembranças dele é a vitória do Kempe, na PE Raphael de Souza Paiva, em 2.400m, na Gávea, em outubro de 2005. Achava que o filho de Burooj, de propriedade do stud Apelg, iria disputar as principais provas clássicas do país. Infelizmente, ele errou e o castanho de criação do Haras Tributo à Ópera terminou correndo claimings em Cidade Jardim.

Nesta triste semana santa para os turfistas, mais um nos deixou. O que evidencia uma situação: o tanto que a vida é passageira. E que precisamos valorizar os bons momentos. São eles que ficam.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Force to Force e Lollapalooza


✔ Ele é, sem dúvida, o rei da raia do Cristal. Corre muito no Jockey Club do Rio Grande do Sul o Force to Force. O filho de Arambaré não tem adversários por lá. Vai continuar correndo esses clássicos regionais no Cristal e não deve perder. Hoje deu um galope de saúde no Grande Prêmio Estado do Rio Grande do Sul, um listed race em 2.400m. Largou, tomou a ponta e venceu sem dar sustos. Tríplice coroado gaúcho em 2010, o castanho do Haras Maluga tem agora 14 vitórias em 16 atuações no Cristal. Só não conseguiu vencer ainda o GP Bento Gonçalves (G1), pois foi terceiro em 2011 e quinto em 2012. Confira a fácil vitória de hoje:



✔ Por falar em Cristal, está bem abaixo do eixo Rio-São Paulo a dotação para uma prova de listed race. Hoje, por exemplo, o Haras Maluga faturou R$ 5 mil pela vitória do Force to Force. Em Cidade Jardim e na Gávea, o vencedor de um listed leva R$ 15,6 mil. Sei que a realidade financeira é diferente, mas, com o Brasil aderindo à padronização internacional dos ratings, corre-se o risco de provas graduadas serem rebaixadas. Com baixa dotação, fica difícil atrair os melhores animais. Com isso, um rebaixamento acabará se tornando realidade dentro de alguns anos.

✔ Sobre o festival Lollapalooza tenha a dizer o seguinte: na minha opinião, o Jockey Club de São Paulo está certo sim em alugar o espaço. É uma fonte de renda importante. Melhor uma fim de semana prolongado sem corridas do que realizar páreos deficitários e vazios. A renda extra, com certeza, será importante para o pagamento dos prêmios nos próximos meses. Claro que queria ver corridas no sábado e no domingo, mas temos que pensar no futuro do clube. Olhem o balanço que o Aron Antunes Correa publicou no blog dele.

✔ Mas o erro do JCSP no caso do Lollapalooza é outro: não ter realizado uma reunião extra. Há duas semanas, muitos imaginavam que seria hoje, quinta-feira. Mas era inviável. Dia de passagem de som, preparativos etc. Acho que a data ideal seria na terça-feira, dia 2. Cinco páreos foram reservados para a semana que vem, mas se tivessem feito uma chamada pensando em dois dias daria para ser realizada a corrida extra. O Rio dará corrida na terça e poderia ser muito bem os dois juntos.

domingo, 17 de março de 2013

Breves pitacos


✔ O aprendiz Weslley Gomes, atualmente em atividade no Jockey Club de Pernambuco, fez o alerta logo após o páreo na comunidade Turfe Polêmica, no Facebook. A portinhola do Dover Star não abriu, durante a disputa do oitavo páreo do programa deste domingo (17/3) em Cidade Jardim. Largando na pedra dois, o animal só saiu do box depois de dois ou três segundos, tempo mais do que suficiente de deixá-lo fora da corrida. Veja a imagem abaixo ou confira aqui o replay do páreo:



✔ Claro que o árbitro de partida não viu, senão a largada seria anulada. Mas eu me pergunto: como fica o apostador, o treinador, o proprietário e o jóquei do animal? Nenhuma compensação? É justo competir em desigualdade de condições? Era páreo de fechamento do Fast 6. E quem tinha o 2 no talão? O animal era a quarta força do páreo. Pagava oito por um. Com certeza, estava em centenas de pules de placês, exatas, trifetas e quadrifetas.

✔ O Código Nacional de Corridas é omisso em relação à essa situação. Não diz o que ocorre quando por problema mecânico um animal é prejudicado e o árbitro de partida não vê. Apenas o parágrafo 4º do artigo 136 traz uma possível solução nesses casos: "Se o previsto neste artigo somente se der com alguns cavalos ou jóqueis, a Comissão de Corridas poderá invalidar o páreo, na forma do parágrafo anterior, ou fazê-lo correr imediatamente, retirando neste caso, os cavalos que julgar conveniente." Ou seja, a CC pode invalidar o páreo.

✔ Tenho consciência que não seria uma decisão fácil de se tomar. Mas é muito injusto com quem jogou no animal. Por conta da largada ruim, Dover Star fechou raia. Chegou a 32 corpos do primeiro colocado. Mais de 21 corpos atrás do penúltimo. Ganharia o páreo? Não sei. Chegaria em segundo, terceiro, quarto ou quinto? Também não sei. Só sei que ele não competiu em igualdade de condições.

✔ Chegou um pedido ao Ministério do Esporte para transformar o Jockey Club de São Vicente em um centro olímpico de olho nas Olimpíadas de 2016. Sem corridas há mais um ano, a proposta é construir pistas de atletismo no peão do prado. Inicialmente, a pista de areia permanece, mas seria reformada, bem como o pavilhão social e as cocheiras. Quem está articulando isso é o deputado federal Vicente Cândido (PT), relator da Lei Geral da Copa no Congresso, e com bom trânsito com o ministro Aldo Rebello. O projeto é de autoria de um vereador petista. Será esse o futuro do prado de São Vicente? Alguma chance de as corridas serem retomadas?

✔ Cidade Jardim vai sediar daqui a duas semanas o Festival Lollapalooza. Serão três dias de shows: da Sexta-Feira da Paixão até o Domingo de Páscoa. Teremos apenas corridas na noturna de segunda? Ou não haverá nenhuma corrida na semana? Os equipamentos já estão quase todos instalados no peão do prado e o Casella teve dificuldades em narrar neste fim de semana.

Vale a pena?




As vitórias de Holding Glory (Coudelaria Jéssica) e Sutil (Haras São José da Serra) na segunda etapa da tríplice coroa de machos e fêmea abrem uma discussão importante: a vinda de Jorge Ricardo (foto) ao Brasil. Os dois animais foram pilotados pelo multicampeão na primeira etapa da tríplice coroa.

Nas mãos do Ricardo, Holding Glory terminou em quinto no GP Estado do Rio de Janeiro (G1) e Sutil ficou em sexto no GP Henrique Possolo (G1), as duas carreiras disputadas na milha. "Livres" do Ricardo, o potro da Jéssica levou o GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1), na condução do C.Lavor, e a potranca do Haras São José da Serra venceu o Diana na tocada do V.Borges.

Então, a culpa é do Ricardo? Bem, no caso do potro, existe a justificativa de que o animal não estava no último furo. Teve problemas físicos na semana da corrida. Mas no dorso da Sutil, o campeão teve, sim, uma direção infeliz. Naquele dia, a potranca ficou encaixotada junto à cerca e não conseguiu mostrar todo o seu potencial. Relembre aqui.

Não há dúvidas de que o Ricardinho é um grande piloto. Jocaço com jota maiúsculo. Mas vale a pena trazê-lo para montar em determinados páreos? Se olharmos só em 2013, todos vão falar que não. Mas já se esqueceram de 2012? Quem era o piloto do Plenty of Kicks? Ele, a fera mundial.

A verdade é que a "importação" do Ricardo traz alguns problemas. Existe sim uma ciumeira entre os profissionais. Em outubro, quando o Ricardinho esteve em São Paulo para montar o Mr.Tide  na segunda prova da tríplice coroa paulista houve muito bafafá. Muitos profissionais ficaram chateados com o fato de o Stud Jaguaretê tê-lo contratado para montar no GP Jockey Club de São Paulo (G1). Corria a informação pela vila hípica de que o cachê do Ricardo seria de 20 mil dólares. Resultado: desde os matinais da véspera da corrida, alguns jóqueis diziam que não iriam dar moleza ao Ricardo, que ele teria que se desdobrar para fugir dos prejuízos. Essa história nos já contamos aqui.

E aí, o que você acha? Vale a pena trazer o Ricardo?

terça-feira, 5 de março de 2013

A noturna em oito tópicos


✔ Livre do Meriggio, Uno Prospector finalmente conseguiu vencer na pista de areia. Largou, tomou a ponta e resistiu ao ataque do Feiticeiro More. O tempo foi bom: 1'09''576 (menos de um segundo do recorde, no entanto, a pista está favorável para boas marcas). A dupla deu na entrada da reta. Azul, concedendo peso para três rivais, formou a trifeta. A aluada Xastrid Halo ficou devendo. Confira como foi o páreo de melhor nível técnico da noturna:



✔ Na linha reta, Graal finalmente confirmou a estreia (ponteava fácil até os 300m finais quando abriu abruptamente) e venceu fácil. Meteu bom tempo (cinco décimos melhor do que o Príncipe do Egito). Vai para o páreo de cima com chance. La Lejana formou a dupla. Sassy Kate teve uma largada esquisita, mas mesmo assim fez terceiro.

✔ Esse claiming 6/20, para animais de quatro e mais anos sem vitória, talvez seja a enturmação de pior nível técnico em São Paulo. Zealand baixou de distância e conseguiu o primeiro êxito da campanha. Nessa mesma turma, Betinho Inspiração promete para a próxima. Olho em Real Mary no retorno. Largou mal, na variante já estava em terceiro e molhou apenas nos 200m finais. Pode estourar com pule alta.

✔ Zesty segue invicto na grama de Cidade Jardim. Três corridas e três vitórias. Fez um bandeira a bandeira. Sombra de Lorena promete para a próxima. Se conseguir pontear, não perde esse claiming.

✔ Vitória animadora da argentina Flamenga. Subiu de turma e passou o recibo nos machos. Nome a ser observado nos clássicos para éguas. Não gostei da direção do F.Leandro no Vip do Vip. Correu longe, em exagerado alcance na reta oposta, e veio forte nos 250m finais. Cansado, o animal se jogou para fora nos 100m finais e foi corretamente desclassificado para terceiro em favor do Dexter. Veja como foi:



✔ A carreira mais animadora da noturna. Venceu muito bem o Young Cannibal. Fiquei com a sensação de que poderia baixar ainda mais a marca cronométrica. O filho de Impression assinalou 1'28''382 (marca manual) para os 1.500m na grama. Tempo quase sete décimos melhor do que o marcado pelo Zesty e um décimo e meio do que o Quatro Olhos. Tudo bem que a comparação é com páreos de claimings, mas tanto o Zesty quanto o Quatro Olhos são animais faturadores, e que o tempo foi manual. Olha o replay e diga se estou certo ou errado:


✔ Quatro Olhos venceu pela quarta vez seguida esse claiming na grama. Já disse isso antes: o filho de Public Purse pode ser considerado uma das melhores compras do segundo semestre de 2012. Faturador ao extremo, ainda tem lenha para queimar. Sempre por ali, Felipe Crack formou a dupla, depois de luta ferrenha com o Da Pesada.

✔ Principe do Egito agradeceu a boa baliza, largou escapado e venceu bem esse claiming. Zidany di Job atropelou bem e fez um bom segundo. Já o Nico Boy sempre promete para a próxima.

A direção nota zero: F.Leandro, em Vip do Vip.
A direção nota 10: A.M.Souza (Young Cannibal). Fez o feijão com arroz.
A pisada na bola: a escuridão na curva. Estava um breu danado.
O destaque: A vitória do Young Cannibal. Mostrou que tem lenha para queimar.
Carimbo na próxima: Sombra de Lorena. Nesse mesmo claiming, ganha e paga bem.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Como vi os clássicos em CJ

✔ A 76 dias da realização do GP São Paulo, impossível não ficar maravilhado com a evolução do Golden God. Se em 6 de janeiro (clique aqui), o filho de Public Purse impressionou a todos com a ação final, agora o pupilo do Haras Vista Verde confirmou que mesmo correndo na parte da frente do meio do pelotão a ação final dele é animadora. Mais uma vez, assinalou os melhores 200m finais do dia (11''740). Do jeito que está correndo, será o favorito do GP São Paulo. O caso dele lembra bastante o L'Amico Steve. De corredor mediano, se tornou um dos principais fundistas de São Paulo. Media Man ficou devendo, mas fiquei com a impressão no cânter de que não estava no último furo. Vamos ver na próxima como se comporta o filho de Redattore na próxima. Veja como foi o Clássico 14 de Março:



 
✔ Ainda teremos em Cidade Jardim mais duas preparatórias para o GP São Paulo: o Clássico Pres. Rafael A. Paes de Barros, em 24 de março, e o GP Oswaldo Aranha (GII), em 21 de abril. Outros concorrentes à prova máxima do turfe bandeirante com certeza devem pintar, como o Kará de Birigui, o Concilium, o Uai i Ask. Sem contar os potros e os cavalos mais velhos do Rio de Janeiro.

✔ Na preparatória da milha, GP Presidente do Jockey Club (GIII), o Mr.Angra levou a melhor. Sem dúvida, faltou uma corrida para o Hawk's Eyes. Acompanhava bem o páreo, mas faltou aquela arrancada dele nos 400m finais. Dos que corriam à sua frente, conseguiu apenas passar pelo Más Mucho Mas. Acredito que a carreira serviu mesmo para dar aguerrimento ao filho de Public Purse, assim como o Golden God, também é criado pela Coudelaria Jéssica. Sobre o ganhador, o Mr.Angra, é bom notar que o mesmo já pode ser corrido mais contido. Se antes largava e tirava um mundo inteiro na frente, agora tem mostrado bom final sem precisar correr na frente. Nome forte para maio.

✔ No Piratininga (GII), Victory is Ours mostrou que adora os 2.200m na areia. Repetiu com facilidade a vitória obtida em outubro na mesma distância. Tanto ele quanto o segundo colocado, All Saints, quebraram o recorde do Take the Money. O Victory is Ours baixou a marca em mais de um segundo e três décimos. Impressionante a vitória dele nos 2.200m. Confira:






✔ Sobre os recordes baixados, vejo as novas marcas com algumas reservas. Claro que os proprietários e profissionais envolvidos devem celebrar o feito. Merecem sim os parabéns. Mas a pista de areia, sem dúvida, está mais rápida do que uns anos atrás. Desde junho do ano passado é o quarto recorde a cair na pista de areia. Tudo começou com Volly nos 1.100m, em 11 de junho; Depois com o Kara de Birigui nos 2.400m, em 12 de novembro; Em 8 de dezembro foi a vez do Gol Tricolor melhorar a marca dos 1.400m. E agora o Victory is Ours.

✔ Os profissionais de Cidade Jardim comentam que nunca o nível de areia esteve tão baixo. Basta cavucar um pouquinho que já se vê o concreto. Quando chove, o piso fica ainda mais compacto, como se fosse um asfalto. Minha preocupação é com a saúde dos animais. Isso não aumenta o risco de lesões?

✔ Outro recorde do fim de semana é o do Voo do Falcao nos 1.200m da pista de grama, no disco B. Mandou 1'08''815 para a distância em uma simples eliminatória dos dois anos. Sei que o animal é levado em altíssima conta, inclusive, foi o lote mais caro do leilão do Ponta Porã, em São Paulo. Mas a marca precisa ser recebida com ainda mais cuidado. O recorde anterior era do Il Capo D'arc também assinalada num páreo de perdedores. A maior parte dos páreos nessa distância são claimings ou provas para animais sem vitória. Sem contar que muito raramente é disputada sem a cerca móvel. Para se ter uma ideia, pela primeira vez em 2013 tivemos corridas na grama sem a cerca móvel. A última vez que o aparato não havia sido utilizado foi há quase três meses, no fim de semana da Copa dos Campeões. Aí fica difícil mesmo a quebra de recordes na grama (Aliás, por sinal, é louvável a ideia do JCB de registrar em seu site as melhores marcas assinaladas com a cerca móvel).

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ele estará no Brasil...

Uma das principais novidades da semana turfística no Brasil é a vinda no segundo semestre do garanhão irlandês Rock of Gibraltar, em regime shuttle. O esquema montado pela Associação Paulista de Fomento ao Turfe (APFT) é semelhante ao realizado no ano passado para trazer o Holy Homan Emperor para cumprir a temporada de monta. Filho de Danehill em égua Be My Guest, o Rock of Gibraltar tem uma campanha invejável. A cobertura dele na atual temporada de monta europeia é vendida a 17,5 mil euros (cerca de R$ 49 mil no câmbio oficial), pela Coolmore.

Em 13 corridas disputadas entre 2001 e 2002, venceu 10 páreos dos 1.000m aos 1.600m e tirou dois segundos lugares, entre Inglaterra, Irlanda, França e Estados Unidos. Tem apenas uma descolocação na segunda apresentação, no Coventry Stakes (GIII), em 1.200m. Mas gostaria de mostrar aqui uma das derrotas dele. Exatamente a sua última apresentação.

Diante de 46.118 expectadores, Rock of Gibraltar caiu batido para o Domedriver na Breeders Cup Mile, disputada em 26 de outubro de 2002. A derrota do filho de Danehill é considerada uma das mais incríveis na história do festival. O motivo: o jóquei Michael Kinane correu o animal muito longe para um páreo disputado em 1.600m numa pista oval. Entrou na reta em penúltimo, teve que fazer um ziguezague para evitar um acidente, levantou voo, mas o disco chegou antes e ficou apenas com a dupla. Veja o que aconteceu naquele dia, numa reta de chegada de apenas 380m. Ah, para facilitar, o Rock of Gibraltar é o número 10, de farda vermelha (se o vídeo abaixo não carregar, clique aqui):