domingo, 31 de março de 2013

Gávea, Dubai e Cidade Jardim


✔ A geração 2010 começa a tomar forma no Hipódromo da Gávea. Billy Girl (Put it Back) e Beauty Harlan (Harlan's Holiday) têm demonstrado serem as melhores potrancas em atividade no Rio de Janeiro. Novamente, formaram ponta e dupla numa prova clássica. Mais uma vez quem levou a melhor foi a Billy Girl, uma irmã materna do Addict, do Tank Boy e do Saberete. Corrida em terceiro/quarto pelo Jean Pierre, ela mostrou novamente um bom sprint final numa grama bem pesada.

✔ Animou, no entanto, a atuação da Beauty Harlan. Ela precisou correr atrás da faixa da Billy Girl, a Brilhantissima (que havia deixado impressão das melhores na estreia), e resistiu bem. Deu fila e num páreo mais favorável pode sim ganhar da competidora do Haras Santa Maria de Araras. Sobre a Billy Girl, tenho a dizer que não impressionou tanto quanto nas duas primeiras (estreia num páreo comum e no Clássico Luiz Alves de Almeida), mas sem dúvida é uma ótima corredora. Confira como foi o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), primeira etapa para potrancas da copa de dois anos:



✔ No sábado, tivemos a realização do festival da Dubai World Cup. Animal Kingdom, filho do Leroidesanimaux, levou a melhor na prova principal. Mas gostaria de chamar a atenção para uma outra prova importante, a Dubai Sheema Classic (GI), em 2.400m, na pista de grama. Venceu o St. Nicholas Abbey. Ganhou muito bem o filho de Montjeu (ganhador do Arco do Triunfo e do King George VI and Queen Elizabeth Stakes). Segundo colocado no ano passado nessa mesma prova, St. Nicholas Abbey tem em seu currículo um bicampeonato na Coronation Cup (G1) e uma Breeder's Cup Turf. Tem tudo para ser animal valorizado na reprodução. Veja como foi a vitória dele (é o número 6):



✔ Pressionada por proprietários e turfistas, a Comissão de Corridas de São Paulo mudou um pouco o regulamento do penetrômetro, mas só nas provas do retão gramado. A partir de amanhã (1º de abril), a CC poderá alterar o índice em 0,6 (antes era 0,3) para as provas comuns em 800m e 1.000m. Já as provas da programação clássica poderão ter o índice alterado em 1,0.

✔ Outra decisão da CC de Cidade Jardim é que a contraprova em casos de doping serão pagas. Custará R$ 1,7 mil. Na Gávea, o valor é maior: R$ 2 mil.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Memória

Assisto as corridas pela antena parabólica. Como o Jockey Club de São Paulo tem um canal específico no satélite Brasilsat B4, a programação fica 24 horas no ar. A qualquer momento que sintonizar a tevê no sinal do JCSP, tem alguma coisa relativa ao turfe passando. Seja replays das provas clássicas ou dicas para atrair novos proprietários e apostadores.

Ainda acho que a programação 24 horas do canal do Jockey Club de São Paulo precisa ser melhor distribuída. Uma sugestão que já apresentei ao Jair Balla é utilizar o replay das provas mais recentes. Mas até agora nada, vamos aguardar. Se São Paulo precisa melhorar, não sei nem o que dizer da TV Turfe, do JCB. Apesar de ter o canal disponível durante todo o dia, sete vezes por semana, o JCB transmite apenas os páreos ao vivo. E faz a mesa de indicações, assim como Cidade Jardim. E nada mais.

Entretanto, vez por outra, normalmente após o replay das provas do dia, o canal do JCSP costuma transmitir pequenos filmes sobre cavalos que marcaram época no turfe brasileiro. É bem legal. Além dos páreos recentes dos anos 1980, 1990 e 2000, tem carreiras da década de 1950. Um deles entrou recentemente na intenet, postado pelo Dorival Conde.

É o que mostra duas vitórias do Narvik, do Haras Faxina, com filmes rápidos dos GPs Linneo de Paula Machado e Piratininga. Gostaria que mais vídeos desses ficassem disponíveis na internet. Confira um pouco sobre o recordista dos 3.000m da grama da Gávea, cuja marca ainda é considerada com a melhor de toda a história mundial.

Luto

“O homem morre tantas vezes quantas vezes perde os seus”

 A frase do escritor da Roma antiga Públio Siro retrata com fidelidade um dos nossos principais momentos: a morte. E concordo com ele. Morremos todas as vezes que alguém querido, próximo se vai. Desde as primeiras horas desta sexta-feira santa, não consigo parar de pensar em uma pessoa que tive pouco contato físico, mas que se tornou próxima com o advento das redes sociais.

O turfe brasileiro perdeu nesta quinta-feira um de seus entusiastas: o turfista carioca Luiz Gustavo Azevedo, 33 anos. Era simplesmente o Tavinho. Boa gente, polêmico, torcedor do Fluminense e, acima de tudo, um turfista. Conhecia as malandragens da atividade. Polêmico, criticava a todos. Com o seu jeito debochado, arrumou muita confusão nas redes sociais. Sem dúvida, deu muito trabalho aos moderadores das comunidades de turfe do Facebook e, principalmente, do Orkut. Foram tantas as vezes que perdi a conta do quanto o pedia para maneirar no linguajar.

Conheci o Tavinho justamente graças às redes sociais. Fisicamente, poucas vezes conversamos sobre turfe. Uma vez no Rio, em 2006, outra em 2008 e, por fim, na tarde do GP São Paulo de 2009, quando ficou muito alegre com a estreia vitoriosa do Proudman. Mas, no mundo virtual, sempre mantínhamos contato. Falávamos basicamente de turfe e de futebol. Nos últimos tempos, tirou muito sarro com a minha cara. Afinal, os dois campeonatos brasileiros do Fluminense nos últimos três anos deixaram os tricolores na crista da onda.

No turfe, o Tavinho me ajudou no meu extinto blog. Indicou durante um bom tempo com as carreiras do Cristal. Uma das minhas lembranças dele é a vitória do Kempe, na PE Raphael de Souza Paiva, em 2.400m, na Gávea, em outubro de 2005. Achava que o filho de Burooj, de propriedade do stud Apelg, iria disputar as principais provas clássicas do país. Infelizmente, ele errou e o castanho de criação do Haras Tributo à Ópera terminou correndo claimings em Cidade Jardim.

Nesta triste semana santa para os turfistas, mais um nos deixou. O que evidencia uma situação: o tanto que a vida é passageira. E que precisamos valorizar os bons momentos. São eles que ficam.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Force to Force e Lollapalooza


✔ Ele é, sem dúvida, o rei da raia do Cristal. Corre muito no Jockey Club do Rio Grande do Sul o Force to Force. O filho de Arambaré não tem adversários por lá. Vai continuar correndo esses clássicos regionais no Cristal e não deve perder. Hoje deu um galope de saúde no Grande Prêmio Estado do Rio Grande do Sul, um listed race em 2.400m. Largou, tomou a ponta e venceu sem dar sustos. Tríplice coroado gaúcho em 2010, o castanho do Haras Maluga tem agora 14 vitórias em 16 atuações no Cristal. Só não conseguiu vencer ainda o GP Bento Gonçalves (G1), pois foi terceiro em 2011 e quinto em 2012. Confira a fácil vitória de hoje:



✔ Por falar em Cristal, está bem abaixo do eixo Rio-São Paulo a dotação para uma prova de listed race. Hoje, por exemplo, o Haras Maluga faturou R$ 5 mil pela vitória do Force to Force. Em Cidade Jardim e na Gávea, o vencedor de um listed leva R$ 15,6 mil. Sei que a realidade financeira é diferente, mas, com o Brasil aderindo à padronização internacional dos ratings, corre-se o risco de provas graduadas serem rebaixadas. Com baixa dotação, fica difícil atrair os melhores animais. Com isso, um rebaixamento acabará se tornando realidade dentro de alguns anos.

✔ Sobre o festival Lollapalooza tenha a dizer o seguinte: na minha opinião, o Jockey Club de São Paulo está certo sim em alugar o espaço. É uma fonte de renda importante. Melhor uma fim de semana prolongado sem corridas do que realizar páreos deficitários e vazios. A renda extra, com certeza, será importante para o pagamento dos prêmios nos próximos meses. Claro que queria ver corridas no sábado e no domingo, mas temos que pensar no futuro do clube. Olhem o balanço que o Aron Antunes Correa publicou no blog dele.

✔ Mas o erro do JCSP no caso do Lollapalooza é outro: não ter realizado uma reunião extra. Há duas semanas, muitos imaginavam que seria hoje, quinta-feira. Mas era inviável. Dia de passagem de som, preparativos etc. Acho que a data ideal seria na terça-feira, dia 2. Cinco páreos foram reservados para a semana que vem, mas se tivessem feito uma chamada pensando em dois dias daria para ser realizada a corrida extra. O Rio dará corrida na terça e poderia ser muito bem os dois juntos.

domingo, 17 de março de 2013

Breves pitacos


✔ O aprendiz Weslley Gomes, atualmente em atividade no Jockey Club de Pernambuco, fez o alerta logo após o páreo na comunidade Turfe Polêmica, no Facebook. A portinhola do Dover Star não abriu, durante a disputa do oitavo páreo do programa deste domingo (17/3) em Cidade Jardim. Largando na pedra dois, o animal só saiu do box depois de dois ou três segundos, tempo mais do que suficiente de deixá-lo fora da corrida. Veja a imagem abaixo ou confira aqui o replay do páreo:



✔ Claro que o árbitro de partida não viu, senão a largada seria anulada. Mas eu me pergunto: como fica o apostador, o treinador, o proprietário e o jóquei do animal? Nenhuma compensação? É justo competir em desigualdade de condições? Era páreo de fechamento do Fast 6. E quem tinha o 2 no talão? O animal era a quarta força do páreo. Pagava oito por um. Com certeza, estava em centenas de pules de placês, exatas, trifetas e quadrifetas.

✔ O Código Nacional de Corridas é omisso em relação à essa situação. Não diz o que ocorre quando por problema mecânico um animal é prejudicado e o árbitro de partida não vê. Apenas o parágrafo 4º do artigo 136 traz uma possível solução nesses casos: "Se o previsto neste artigo somente se der com alguns cavalos ou jóqueis, a Comissão de Corridas poderá invalidar o páreo, na forma do parágrafo anterior, ou fazê-lo correr imediatamente, retirando neste caso, os cavalos que julgar conveniente." Ou seja, a CC pode invalidar o páreo.

✔ Tenho consciência que não seria uma decisão fácil de se tomar. Mas é muito injusto com quem jogou no animal. Por conta da largada ruim, Dover Star fechou raia. Chegou a 32 corpos do primeiro colocado. Mais de 21 corpos atrás do penúltimo. Ganharia o páreo? Não sei. Chegaria em segundo, terceiro, quarto ou quinto? Também não sei. Só sei que ele não competiu em igualdade de condições.

✔ Chegou um pedido ao Ministério do Esporte para transformar o Jockey Club de São Vicente em um centro olímpico de olho nas Olimpíadas de 2016. Sem corridas há mais um ano, a proposta é construir pistas de atletismo no peão do prado. Inicialmente, a pista de areia permanece, mas seria reformada, bem como o pavilhão social e as cocheiras. Quem está articulando isso é o deputado federal Vicente Cândido (PT), relator da Lei Geral da Copa no Congresso, e com bom trânsito com o ministro Aldo Rebello. O projeto é de autoria de um vereador petista. Será esse o futuro do prado de São Vicente? Alguma chance de as corridas serem retomadas?

✔ Cidade Jardim vai sediar daqui a duas semanas o Festival Lollapalooza. Serão três dias de shows: da Sexta-Feira da Paixão até o Domingo de Páscoa. Teremos apenas corridas na noturna de segunda? Ou não haverá nenhuma corrida na semana? Os equipamentos já estão quase todos instalados no peão do prado e o Casella teve dificuldades em narrar neste fim de semana.

Vale a pena?




As vitórias de Holding Glory (Coudelaria Jéssica) e Sutil (Haras São José da Serra) na segunda etapa da tríplice coroa de machos e fêmea abrem uma discussão importante: a vinda de Jorge Ricardo (foto) ao Brasil. Os dois animais foram pilotados pelo multicampeão na primeira etapa da tríplice coroa.

Nas mãos do Ricardo, Holding Glory terminou em quinto no GP Estado do Rio de Janeiro (G1) e Sutil ficou em sexto no GP Henrique Possolo (G1), as duas carreiras disputadas na milha. "Livres" do Ricardo, o potro da Jéssica levou o GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1), na condução do C.Lavor, e a potranca do Haras São José da Serra venceu o Diana na tocada do V.Borges.

Então, a culpa é do Ricardo? Bem, no caso do potro, existe a justificativa de que o animal não estava no último furo. Teve problemas físicos na semana da corrida. Mas no dorso da Sutil, o campeão teve, sim, uma direção infeliz. Naquele dia, a potranca ficou encaixotada junto à cerca e não conseguiu mostrar todo o seu potencial. Relembre aqui.

Não há dúvidas de que o Ricardinho é um grande piloto. Jocaço com jota maiúsculo. Mas vale a pena trazê-lo para montar em determinados páreos? Se olharmos só em 2013, todos vão falar que não. Mas já se esqueceram de 2012? Quem era o piloto do Plenty of Kicks? Ele, a fera mundial.

A verdade é que a "importação" do Ricardo traz alguns problemas. Existe sim uma ciumeira entre os profissionais. Em outubro, quando o Ricardinho esteve em São Paulo para montar o Mr.Tide  na segunda prova da tríplice coroa paulista houve muito bafafá. Muitos profissionais ficaram chateados com o fato de o Stud Jaguaretê tê-lo contratado para montar no GP Jockey Club de São Paulo (G1). Corria a informação pela vila hípica de que o cachê do Ricardo seria de 20 mil dólares. Resultado: desde os matinais da véspera da corrida, alguns jóqueis diziam que não iriam dar moleza ao Ricardo, que ele teria que se desdobrar para fugir dos prejuízos. Essa história nos já contamos aqui.

E aí, o que você acha? Vale a pena trazer o Ricardo?

terça-feira, 5 de março de 2013

A noturna em oito tópicos


✔ Livre do Meriggio, Uno Prospector finalmente conseguiu vencer na pista de areia. Largou, tomou a ponta e resistiu ao ataque do Feiticeiro More. O tempo foi bom: 1'09''576 (menos de um segundo do recorde, no entanto, a pista está favorável para boas marcas). A dupla deu na entrada da reta. Azul, concedendo peso para três rivais, formou a trifeta. A aluada Xastrid Halo ficou devendo. Confira como foi o páreo de melhor nível técnico da noturna:



✔ Na linha reta, Graal finalmente confirmou a estreia (ponteava fácil até os 300m finais quando abriu abruptamente) e venceu fácil. Meteu bom tempo (cinco décimos melhor do que o Príncipe do Egito). Vai para o páreo de cima com chance. La Lejana formou a dupla. Sassy Kate teve uma largada esquisita, mas mesmo assim fez terceiro.

✔ Esse claiming 6/20, para animais de quatro e mais anos sem vitória, talvez seja a enturmação de pior nível técnico em São Paulo. Zealand baixou de distância e conseguiu o primeiro êxito da campanha. Nessa mesma turma, Betinho Inspiração promete para a próxima. Olho em Real Mary no retorno. Largou mal, na variante já estava em terceiro e molhou apenas nos 200m finais. Pode estourar com pule alta.

✔ Zesty segue invicto na grama de Cidade Jardim. Três corridas e três vitórias. Fez um bandeira a bandeira. Sombra de Lorena promete para a próxima. Se conseguir pontear, não perde esse claiming.

✔ Vitória animadora da argentina Flamenga. Subiu de turma e passou o recibo nos machos. Nome a ser observado nos clássicos para éguas. Não gostei da direção do F.Leandro no Vip do Vip. Correu longe, em exagerado alcance na reta oposta, e veio forte nos 250m finais. Cansado, o animal se jogou para fora nos 100m finais e foi corretamente desclassificado para terceiro em favor do Dexter. Veja como foi:



✔ A carreira mais animadora da noturna. Venceu muito bem o Young Cannibal. Fiquei com a sensação de que poderia baixar ainda mais a marca cronométrica. O filho de Impression assinalou 1'28''382 (marca manual) para os 1.500m na grama. Tempo quase sete décimos melhor do que o marcado pelo Zesty e um décimo e meio do que o Quatro Olhos. Tudo bem que a comparação é com páreos de claimings, mas tanto o Zesty quanto o Quatro Olhos são animais faturadores, e que o tempo foi manual. Olha o replay e diga se estou certo ou errado:


✔ Quatro Olhos venceu pela quarta vez seguida esse claiming na grama. Já disse isso antes: o filho de Public Purse pode ser considerado uma das melhores compras do segundo semestre de 2012. Faturador ao extremo, ainda tem lenha para queimar. Sempre por ali, Felipe Crack formou a dupla, depois de luta ferrenha com o Da Pesada.

✔ Principe do Egito agradeceu a boa baliza, largou escapado e venceu bem esse claiming. Zidany di Job atropelou bem e fez um bom segundo. Já o Nico Boy sempre promete para a próxima.

A direção nota zero: F.Leandro, em Vip do Vip.
A direção nota 10: A.M.Souza (Young Cannibal). Fez o feijão com arroz.
A pisada na bola: a escuridão na curva. Estava um breu danado.
O destaque: A vitória do Young Cannibal. Mostrou que tem lenha para queimar.
Carimbo na próxima: Sombra de Lorena. Nesse mesmo claiming, ganha e paga bem.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Como vi os clássicos em CJ

✔ A 76 dias da realização do GP São Paulo, impossível não ficar maravilhado com a evolução do Golden God. Se em 6 de janeiro (clique aqui), o filho de Public Purse impressionou a todos com a ação final, agora o pupilo do Haras Vista Verde confirmou que mesmo correndo na parte da frente do meio do pelotão a ação final dele é animadora. Mais uma vez, assinalou os melhores 200m finais do dia (11''740). Do jeito que está correndo, será o favorito do GP São Paulo. O caso dele lembra bastante o L'Amico Steve. De corredor mediano, se tornou um dos principais fundistas de São Paulo. Media Man ficou devendo, mas fiquei com a impressão no cânter de que não estava no último furo. Vamos ver na próxima como se comporta o filho de Redattore na próxima. Veja como foi o Clássico 14 de Março:



 
✔ Ainda teremos em Cidade Jardim mais duas preparatórias para o GP São Paulo: o Clássico Pres. Rafael A. Paes de Barros, em 24 de março, e o GP Oswaldo Aranha (GII), em 21 de abril. Outros concorrentes à prova máxima do turfe bandeirante com certeza devem pintar, como o Kará de Birigui, o Concilium, o Uai i Ask. Sem contar os potros e os cavalos mais velhos do Rio de Janeiro.

✔ Na preparatória da milha, GP Presidente do Jockey Club (GIII), o Mr.Angra levou a melhor. Sem dúvida, faltou uma corrida para o Hawk's Eyes. Acompanhava bem o páreo, mas faltou aquela arrancada dele nos 400m finais. Dos que corriam à sua frente, conseguiu apenas passar pelo Más Mucho Mas. Acredito que a carreira serviu mesmo para dar aguerrimento ao filho de Public Purse, assim como o Golden God, também é criado pela Coudelaria Jéssica. Sobre o ganhador, o Mr.Angra, é bom notar que o mesmo já pode ser corrido mais contido. Se antes largava e tirava um mundo inteiro na frente, agora tem mostrado bom final sem precisar correr na frente. Nome forte para maio.

✔ No Piratininga (GII), Victory is Ours mostrou que adora os 2.200m na areia. Repetiu com facilidade a vitória obtida em outubro na mesma distância. Tanto ele quanto o segundo colocado, All Saints, quebraram o recorde do Take the Money. O Victory is Ours baixou a marca em mais de um segundo e três décimos. Impressionante a vitória dele nos 2.200m. Confira:






✔ Sobre os recordes baixados, vejo as novas marcas com algumas reservas. Claro que os proprietários e profissionais envolvidos devem celebrar o feito. Merecem sim os parabéns. Mas a pista de areia, sem dúvida, está mais rápida do que uns anos atrás. Desde junho do ano passado é o quarto recorde a cair na pista de areia. Tudo começou com Volly nos 1.100m, em 11 de junho; Depois com o Kara de Birigui nos 2.400m, em 12 de novembro; Em 8 de dezembro foi a vez do Gol Tricolor melhorar a marca dos 1.400m. E agora o Victory is Ours.

✔ Os profissionais de Cidade Jardim comentam que nunca o nível de areia esteve tão baixo. Basta cavucar um pouquinho que já se vê o concreto. Quando chove, o piso fica ainda mais compacto, como se fosse um asfalto. Minha preocupação é com a saúde dos animais. Isso não aumenta o risco de lesões?

✔ Outro recorde do fim de semana é o do Voo do Falcao nos 1.200m da pista de grama, no disco B. Mandou 1'08''815 para a distância em uma simples eliminatória dos dois anos. Sei que o animal é levado em altíssima conta, inclusive, foi o lote mais caro do leilão do Ponta Porã, em São Paulo. Mas a marca precisa ser recebida com ainda mais cuidado. O recorde anterior era do Il Capo D'arc também assinalada num páreo de perdedores. A maior parte dos páreos nessa distância são claimings ou provas para animais sem vitória. Sem contar que muito raramente é disputada sem a cerca móvel. Para se ter uma ideia, pela primeira vez em 2013 tivemos corridas na grama sem a cerca móvel. A última vez que o aparato não havia sido utilizado foi há quase três meses, no fim de semana da Copa dos Campeões. Aí fica difícil mesmo a quebra de recordes na grama (Aliás, por sinal, é louvável a ideia do JCB de registrar em seu site as melhores marcas assinaladas com a cerca móvel).

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ele estará no Brasil...

Uma das principais novidades da semana turfística no Brasil é a vinda no segundo semestre do garanhão irlandês Rock of Gibraltar, em regime shuttle. O esquema montado pela Associação Paulista de Fomento ao Turfe (APFT) é semelhante ao realizado no ano passado para trazer o Holy Homan Emperor para cumprir a temporada de monta. Filho de Danehill em égua Be My Guest, o Rock of Gibraltar tem uma campanha invejável. A cobertura dele na atual temporada de monta europeia é vendida a 17,5 mil euros (cerca de R$ 49 mil no câmbio oficial), pela Coolmore.

Em 13 corridas disputadas entre 2001 e 2002, venceu 10 páreos dos 1.000m aos 1.600m e tirou dois segundos lugares, entre Inglaterra, Irlanda, França e Estados Unidos. Tem apenas uma descolocação na segunda apresentação, no Coventry Stakes (GIII), em 1.200m. Mas gostaria de mostrar aqui uma das derrotas dele. Exatamente a sua última apresentação.

Diante de 46.118 expectadores, Rock of Gibraltar caiu batido para o Domedriver na Breeders Cup Mile, disputada em 26 de outubro de 2002. A derrota do filho de Danehill é considerada uma das mais incríveis na história do festival. O motivo: o jóquei Michael Kinane correu o animal muito longe para um páreo disputado em 1.600m numa pista oval. Entrou na reta em penúltimo, teve que fazer um ziguezague para evitar um acidente, levantou voo, mas o disco chegou antes e ficou apenas com a dupla. Veja o que aconteceu naquele dia, numa reta de chegada de apenas 380m. Ah, para facilitar, o Rock of Gibraltar é o número 10, de farda vermelha (se o vídeo abaixo não carregar, clique aqui):