domingo, 17 de março de 2013

Vale a pena?




As vitórias de Holding Glory (Coudelaria Jéssica) e Sutil (Haras São José da Serra) na segunda etapa da tríplice coroa de machos e fêmea abrem uma discussão importante: a vinda de Jorge Ricardo (foto) ao Brasil. Os dois animais foram pilotados pelo multicampeão na primeira etapa da tríplice coroa.

Nas mãos do Ricardo, Holding Glory terminou em quinto no GP Estado do Rio de Janeiro (G1) e Sutil ficou em sexto no GP Henrique Possolo (G1), as duas carreiras disputadas na milha. "Livres" do Ricardo, o potro da Jéssica levou o GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1), na condução do C.Lavor, e a potranca do Haras São José da Serra venceu o Diana na tocada do V.Borges.

Então, a culpa é do Ricardo? Bem, no caso do potro, existe a justificativa de que o animal não estava no último furo. Teve problemas físicos na semana da corrida. Mas no dorso da Sutil, o campeão teve, sim, uma direção infeliz. Naquele dia, a potranca ficou encaixotada junto à cerca e não conseguiu mostrar todo o seu potencial. Relembre aqui.

Não há dúvidas de que o Ricardinho é um grande piloto. Jocaço com jota maiúsculo. Mas vale a pena trazê-lo para montar em determinados páreos? Se olharmos só em 2013, todos vão falar que não. Mas já se esqueceram de 2012? Quem era o piloto do Plenty of Kicks? Ele, a fera mundial.

A verdade é que a "importação" do Ricardo traz alguns problemas. Existe sim uma ciumeira entre os profissionais. Em outubro, quando o Ricardinho esteve em São Paulo para montar o Mr.Tide  na segunda prova da tríplice coroa paulista houve muito bafafá. Muitos profissionais ficaram chateados com o fato de o Stud Jaguaretê tê-lo contratado para montar no GP Jockey Club de São Paulo (G1). Corria a informação pela vila hípica de que o cachê do Ricardo seria de 20 mil dólares. Resultado: desde os matinais da véspera da corrida, alguns jóqueis diziam que não iriam dar moleza ao Ricardo, que ele teria que se desdobrar para fugir dos prejuízos. Essa história nos já contamos aqui.

E aí, o que você acha? Vale a pena trazer o Ricardo?

2 comentários:

  1. Roberto, o assunto é muito interessante, mas se fosse para responder à sua pergunta: Vale a pena?
    A minha resposta seria não, mesmo sabedor que o Ricardinho é o maior joquei em números de vitorias da história do turfe.
    Vou justificar porque não vale a pena na minha modesta opinião:
    1- não há interação joquei/animal o que eu considero essencial no turfe.
    2-o joquei vindo de fora não conhece os seus adversários, o que é um handicap contra.
    3-o Ricardinho já acostumou com o train de corrida da Argentina, e todos nós sabemos que isto é muito diferente de um país para o outro.
    4-a maioria dos joqueis trabalham duro para caramba, trabalhando os animais diariamente, e na hora dos GPs mais importantes vem um joquei de fora?? Logicamente que os joqueis se sentem desprestigiados, e isto se reflete na pista.
    Portanto, não acho uma boa idéia a vinda de qualquer joquei de fora,mesmo sendo o supercampeão Ricardo.
    Um abraço
    Tarcisio Versiani

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  2. Versiani, concordo contigo em muita coisa. A falta de interação pode sim comprometer uma atuação. Exemplo disso é a Sutil. Égua de partida curta, costuma manter o ritmo de atropelada. Na primeira prova da tríplice coroa, o Ricardo não conseguiu fazer isso. Resultado: a égua não teve aceleração. Valeu!

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