sexta-feira, 29 de março de 2013

Luto

“O homem morre tantas vezes quantas vezes perde os seus”

 A frase do escritor da Roma antiga Públio Siro retrata com fidelidade um dos nossos principais momentos: a morte. E concordo com ele. Morremos todas as vezes que alguém querido, próximo se vai. Desde as primeiras horas desta sexta-feira santa, não consigo parar de pensar em uma pessoa que tive pouco contato físico, mas que se tornou próxima com o advento das redes sociais.

O turfe brasileiro perdeu nesta quinta-feira um de seus entusiastas: o turfista carioca Luiz Gustavo Azevedo, 33 anos. Era simplesmente o Tavinho. Boa gente, polêmico, torcedor do Fluminense e, acima de tudo, um turfista. Conhecia as malandragens da atividade. Polêmico, criticava a todos. Com o seu jeito debochado, arrumou muita confusão nas redes sociais. Sem dúvida, deu muito trabalho aos moderadores das comunidades de turfe do Facebook e, principalmente, do Orkut. Foram tantas as vezes que perdi a conta do quanto o pedia para maneirar no linguajar.

Conheci o Tavinho justamente graças às redes sociais. Fisicamente, poucas vezes conversamos sobre turfe. Uma vez no Rio, em 2006, outra em 2008 e, por fim, na tarde do GP São Paulo de 2009, quando ficou muito alegre com a estreia vitoriosa do Proudman. Mas, no mundo virtual, sempre mantínhamos contato. Falávamos basicamente de turfe e de futebol. Nos últimos tempos, tirou muito sarro com a minha cara. Afinal, os dois campeonatos brasileiros do Fluminense nos últimos três anos deixaram os tricolores na crista da onda.

No turfe, o Tavinho me ajudou no meu extinto blog. Indicou durante um bom tempo com as carreiras do Cristal. Uma das minhas lembranças dele é a vitória do Kempe, na PE Raphael de Souza Paiva, em 2.400m, na Gávea, em outubro de 2005. Achava que o filho de Burooj, de propriedade do stud Apelg, iria disputar as principais provas clássicas do país. Infelizmente, ele errou e o castanho de criação do Haras Tributo à Ópera terminou correndo claimings em Cidade Jardim.

Nesta triste semana santa para os turfistas, mais um nos deixou. O que evidencia uma situação: o tanto que a vida é passageira. E que precisamos valorizar os bons momentos. São eles que ficam.

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