Aos poucos, os turfistas começam a saber o que houve de verdade no Jockey Club do Paraná no início desta semana. A edição de hoje do jornal Gazeta do Povo, enfim, publica em "on" informações sobre o que está ocorrendo, como foi o desvio dos materiais e o que será feito. Mas ainda é pouco, muito pouco.
Vivemos numa época em que a transparência é palavra de ordem em qualquer corporação. O tema, inclusive, chegou ao governo federal com a edição de uma lei para tornar público o acesso do cidadão aos documentos e temas tratados pelo Estado. Mas e os nossos jóqueis clubs como estão nesse processo? Posso garantir: atrasados, muito atrasados.
No caso do Paraná, especificamente, houve muito disse me disse. Desde a manhã de terça-feira, ouvi diversas versões sobre o que estava acontecendo no Hipódromo do Tarumã. As mais escabrosas colocavam em dúvida todas as carreiras realizadas no Paraná nos últimos dois anos. As mais simples já eram suficientes para deixar qualquer diretor do hipódromo vermelho de vergonha. Ou seja, um fato grave ouve e precisa ser tornado público, sob o risco de a credibilidade (ainda tem?) ficar comprometida de vez.
Mas o que fizeram a diretoria, a assessoria de imprensa e os responsáveis pela comuniçação do clube: se calaram. Publicaram, no máximo, uma nota oficial informando que uma sindicância estava aberta. E só. Será que é suficiente? Não, não é. Afinal, para se dizer, aos quatro cantos, que é a melhor diretoria do Brasil, todo hora tinha uma pessoa. Na verdade, o silêncio diz muita coisa. Basta querer entender nas entrelinhas.
Na terça-feira, iria publicar um post sobre como vi a festa na terra das araucárias. Alguns cavalos me impressionaram bastante, como Titanium Blade, Dinâmica do Park e, claro, o Stockholder (foto extraída do blog http://omatungao.blogspot.com.br). Que direção foi aquela do H.Fernandes? Simplesmente impecável. Mas, com toda a trapalhada fora das pistas, os comentários ficaram para um segundo plano. Afinal, se ocorrer a confirmação do desvio do exame antidoping, a diretoria do Jockey Club do Paraná poderá enfrentar problemas seríssimos, inclusive com a perda de status de Grupo 1 para o GP Paraná. E, até mesmo, ficar sem o simulcasting com o RJ e SP (posso garantir que a indignação de cariocas e paulistas é grande).
Iria, inclusive, comentar uma frase dita na transmissão das carreiras paranaenses que me deixou impressionado com a falta de embasamento prático. "Para ganhar aqui tem que chegar com um mês de antecedência, os forasteiros sentem a raia pesada, atolam mesmo", disse o comentarista Arthur Almeida. Stockholder o desmentiu no páreo seguinte. Como nos últimos 10 anos também o fizeram Nugget do Faxina (2003), Tango Uno (2008) e Mr.Nedawi (2009).
Uma pena que fatos deste tipo ainda ocorram no turfe brasileiro.
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