sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Authentic é eleito o cavalo do ano nos Estados Unidos; saiba quem são os outros premiados


 A 50ª edição do Eclipse Award, evento tradicionalíssimo que premia os melhores animais e profissionais dos Estados Unidos, realizado na noite desta quinta-feira (28/1), terminou com a consagração de Authentic, eleito o cavalo do ano e melhor 3 anos. Aos 4 anos, entrando na reprodução na atual temporada de monta na Spendthrift Farm, o filho de Into Mischief cumpriu campanha nas cocheiras de Bob Baffert. Ele recebeu 224 dos 238 votos dados na categoria de melhor cavalo do ano.


Authentic venceu seis das oito corridas da campanha. Em 2020, teve um ano incrível. Começou, em janeiro, massacrando os rivais no Sham Stakes (G3), em Santa Anita. Em março, voltou a passar na frente no San Felipe Stakes (G2), também em Santa Anita. Logo após, a pandemia do novo coronavírus provocou a interrupção das carreiras nos principais hipódromos dos EUA. Retornou às pistas, então, em junho, quando perdeu a invencibilidade e terminou em segundo no Santa Anita Derby (G1) para Honor A P (Honor Code). Naquele dia, Authentic teve uma largada muito ruim.



Em julho, recuperou-se e passou na frente com muita dificuldade no Haskell Invitational (G1), em Monmouth Park. Em setembro, no Kentucky Derby (G1), disputado fora de época por conta da covid-19, massacrou os rivais. Bateu Tiz the Law (Constitution), o então candidato à tríplice coroa, com sobras. Já no Preakness (G1), acabou derrotado, em final apertado, pela potranca Swiss Skydiver (Daredevil).  Em novembro, fechou a campanha com chave de ouro na Breeders' Cup Classic (G1), em Keeneland. Na reprodução, a  cobertura está avaliada em US$ 75 mil.


Confira os demais premiados no Eclipse Award

Cavalo do ano: Authentic

Melhor potro de 2 anos: Essential Quality

Melhor potranca de 2 anos: Vequist

Melhor potro de 3 anos: Authentic

Melhor potranca de 3 anos: Swiss Skydiver

Melhor cavalo de 4 e mais: Improbable

Melhor égua de 4 e mais: Monomoy Girl

Melhor velocista: Whitmore

Melhor velocista (fêmea): Gamine

Melhor cavalo de 4 e mais na grama: Channel Maker

Melhor égua de 4 e mais na grama: Rushing Fall

Melhor jóquei: Irad Ortiz Jr.

Melhor treinador: Brad Cox

Melhor aprendiz: Alexander Crispin

Criador: Winstar Farm

Proprietário: Godolphin

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Qual é o jóquei que mais venceu provas de grupo nos EUA na pista de grama? Confira


Um dos seguidores que acompanho de pertinho no Twitter é o Racing Stats & Info. É feito pelo Gary Dougherty. Traz sempre umas estatísticas muito interessantes sobre as corridas de cavalo nos EUA. Hoje (27/1), por exemplo, publicou a lista dos jóqueis que mais ganharam provas de grupo na grama.


Olha só o que deu:


237 - Jerry Bailey (aposentado)

233 - John Velazquez (foto)

204 - Javier Castellano 

169 - Kent Desormeaux

165 - Mike Smith 

139 - Joel Rosario 

134 - Julien Leparoux

125 - Edgar Prado

  94 - Irad Ortiz, Jr.

Faltam só quatro para o porto-riquenho John R.Velazquez, 49 anos, igualar o Jerry Bayley, que se aposentou em janeiro de 2006. Questão de tempo para passar, não é?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

A largada da geração 2018 no Brasil: considerações sobre Lomar e a PE Estreia em CJ


Um dos momentos mais aguardados pelos turfistas é a estreia de uma geração. Em outros tempos, costumava ser em janeiro, com as provas especiais Eleutério Prado (potrancas) e Rafael de Barros Filho (potros), no primeiro fim de semana no ano. Eram campos frondosos, que normalmente acabavam desdobrados. Com a redução ano a ano dos nascimentos no país, a tradição acabou ficando de lado e deu lugar à Prova Especial Estreia, em 800m, na grama.


Nesta sexta-feira (4/12), Lomar, um filho do sensacional Forestry, levou a melhor. Teve uma largada um tanto atribulada, pulando com quase um corpo de atraso. Rapidamente se recuperou e resistiu ao forte ataque nos metros finais de Atomic, um potro Que Fenômeno (como são precoces!), que deixou a nítida impressão que só saiu da raia derrotado por causa da péssima largada. Se não tivesse ficado tão longe, outro não teria sido o ganhador (perdeu por cabeça). Olho vivo nele na volta. O tempo para os 800m foi de 45''050, o que consideramos apenas regular, tendo em vista que a grama aparentava estar em ótimas condições. Vale destacar que Lomar, de criação e propriedade do Haras Cifra, é uma homenagem ao turfista de escol Omar Hamdar Najar.


Em terceiro, em bom esforço final, chegou Alabama Rush, mais um Que Fenômeno. Os dois descendentes de Pioneering na carreira, a fêmea Moon and Stars e o macho Fux, terminaram na quarta e quinta colocações, respectivamente. Bright Koller, uma bonita tordilha do argentino Koller, decepcionou completamente e terminou fora do placar. Mas quem fechou a raia foi a Insaciável, primeiro descendente do irlandês Goldikovic a competir. A neta da incrível Goldikova não animou nada. Fez cânter desanimador e em carreira mostrou dificuldade para acompanhar o lote. Confira o replay do páreo, que teve a Jamilla (Pirâmide Solar) retirada nos trabalhos de alinhamento por estar muito nervosa:





Balanço da geração 2018 em Cidade Jardim

Forestry - 1 produto, 1 atuação, 1 vitória

Que Fenômeno - 2 produtos, 2 atuações, 2 colocações

Pioneering - 2 produtos, 2 atuações, 2 colocações

Koller - 1 produto, 1 atuação

Goldikovic - 1 produto, 1 atuação

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A volta dos desferrados: o que diz a lei e o que pode vir por aí

        


        A decisão está em vigor desde 24 de outubro, mas, somente agora com a realização de seguidas reuniões na pista de grama leve, que pegou fogo de vez. Sim, estamos falando da polêmica da semana: os desferrados, que voltaram com tudo no Hipódromo da Gávea. Só para ter uma ideia, na segunda-feira (30/11), dos 68 cavalos e éguas apresentados, 30 correram sem as ferraduras. Ou seja, 44% dos animais.

É evidente que correr desferrado proporciona uma evidente vantagem técnica ao animal. Há diversos relatos de veterinários e treinadores que corroboram a tese. Mas você se lembra desde quando eles estavam sumidos dos programas oficiais? Vamos lá:

O primeiro a proibir animais desferrados foi o Jockey Club de São Paulo. Desde 27 de abril de 2012, tal prática é proibida. A resolução da comissão de corridas de 10 de abril daquele ano foi simples, sem citar nenhuma lei: "2ª) Proibir, a partir de 27 do corrente, a participação de animais desferrados nas corridas de Cidade Jardim." Como curiosidade, o último animal a vencer desferrado em Cidade Jardim foi Original de Ouro, um filho de Espora de Ouro na Kifortaleza, de criação do Haras Bandeirantes e propriedade de Marco Antonio Spacassassi. Pagou 25,60 por um no penúltimo páreo de 9 de abril de 2012.

No Rio, os animais continuaram a correr desferrados depois disso por quase três anos e meio. Em resolução publicada em 14 de julho de 2015, a CC do JCB vetou a prática. A medida passou a valer desde 1º de agosto daquele ano. Agora, com a troca de comando no Jockey Club Brasileiro, os desferrados passaram a ser permitidos, conforme estabelece o artigo 128 do atual Código Nacional de Corridas. Vejam o texto publicado no Diário Oficial da União em 21 de março de 2012, com as mudanças aprovadas na Instrução Normativa nº 1 de 7 de março de 2012:




Há, entanto, uma revisão do Código Nacional de Corridas em andamento. Em setembro do ano passado, notícia postada no site da ABCPCC sinaliza que a Câmara de Equideocultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) aprovou a atualização do CNC. Podem conferir aqui a matéria.

O texto aprovado na Câmara de Equideocultura diz, em sua atualização do artigo 128: "Os cavalos poderão correr desferrados ou com ferraduras dos tipos aprovados pela Comissão de Corridas; que não poderá proibir o desferramento sob nenhuma hipótese, regulamento, apêndice, resolução, instrução ou aplicação da regra ou costume estrangeiro." Ou seja, tal prática teria que ser permitida novamente no Jockey Club de São Paulo e no Jockey Club do Paraná, que está prestes a inaugurar a sua pista de grama. 

É bom ressaltar que esse texto (a revisão do CNC que torna proibido uma comissão de corridas proibir os desferrados) ainda não está em vigor. Só quando ocorrer a publicação no Diário Oficial da União passará a valer. Dois meses após a aprovação na Câmara de Equideocultura, a própria ABCCPC noticiou que se reuniu com o Ministério da Agricultura para discutir a atualização. Podem conferir aqui.

E aí, o texto da revisão do CNC vai mudar? Como vão ficar os desferrados? Vão voltar de vez ao turfe brasileiro ou será apenas uma (breve) temporada na Gávea? São questões que merecem reflexão.

domingo, 2 de agosto de 2020

Corridas da Gávea vendem mais de R$ 647 mil nos EUA, mas o valor não entra no MGA brasileiro; entenda

                                                                                                    Pedra da Gávea disponível para apostas no 1/STBet, do grupo Xpressbet: valor entra no MGA 



O Jockey Club Brasileiro teve, neste domingo (2/8), mais um capítulo do processo de internacionalização das carreiras disputadas no Hipódromo da Gávea. Pela primeira vez, a pedra de apostas do JCB recebeu pules realizadas em sites dos Estados Unidos especializados em corridas de cavalo, mas a maior parte do jogo efetuado no exterior ficou fora do movimento geral de apostas da Gávea. O motivo: a própria concorrência da Gávea, em uma pedra paralela nos Estados Unidos.

Neste domingo, as apostas do exterior que entraram na pedra da Gávea foram captadas no site 1/STBet, do grupo Xpressbet (uma subsidiária do Stronach Group, que administra os hipódromos de Gulfstream, Laurel, Santa Anita, entre outros). Os turfistas dos EUA puderam apostar em vencedor, placê, dupla, exata, trifeta e quadrifeta. Não é possível saber de antemão quanto os norte-americanos jogaram diretamente no hipódromo da Gávea. Mas, com certeza, não deve ter sido tão relevante assim, já que o movimento geral de apostas ficou em R$ 768.694,48, abaixo dos R$ 835.756,67 registrados no domingo passado (26/7) — há que se registrar que houve a transferência de pista em quatro páreos hoje.



Pedra do simulcasting oferecido por Laurel para todo os Estados Unidos, também extraída do 1STBet

Ocorre, no entanto, que os norte-americanos jogaram 124.802 dólares nas corridas da Gávea. Só que em uma outra pedra. Paralelamente à pedra oficial do Rio, o hipódromo de Laurel, do grupo Xpressbet, ofereceu as nove corridas deste domingo em simulcasting para todo os Estados Unidos. As modalidades de apostas eram praticamente as mesmas ofertadas na pedra da Gávea, com a inclusão da daily double. Pelo câmbio de sexta-feira (R$ 5,22), os 124.082 dólares representam R$ 647.708,04, dinheiro esse que não entrou no nosso MGA.

Para a semana que vem, está prevista a entrada de mais três sites de apostas (Pari Bet, GWG Las Vegas e Elite Turf Club NV) na pedra da Gávea. Quem sabe isso faça alavancar o movimento geral de apostas do JCB. 

MINHA OPINIÃO: Para dar certo, o JCB precisa conversar com Laurel Park para não realizar um simulcasting concorrente com a pedra brasileira. Seria importante também que as corridas da Gávea (a nossa pedra) fossem oferecidas no site de apostas da New York Racing Association (NYRA), o Nyra Bets, um dos maiores dos Estados Unidos, que concentra a totalização dos hipódromos de Saratoga, Aqueduct e Belmont Park. O simulcasting de Laurel (com as corridas da Gávea), por exemplo, estava disponível no sistema de apostas da NYRA, mas a pedra brasileira, não.  Nesta segunda e terça-feira, acredito que o valor apostado será mais significativo porque os principais hipódromos dos EUA não realizam corridas. E com a entrada dos outros três sites no próximo fim de semana, o valor deve ser ainda maior. Vamos aguardar.



Reprodução do site 1STBet com as duas reuniões da Gávea oferecidas para apostas. Uma pedra local (Laurel) e a outra é a brasileira (Gávea) 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Belmont Stakes vai abrir a tríplice coroa dos EUA daqui um mês, com muitas novidades. Confira!

O Belmont Stakes terá campo limitado a 16 animais
crédito: NYRA.com

Pronto. A New York Racing Association (Nyra) bateu o martelo: o Belmont Stakes, tradicional prova que fecha a tríplice coroa dos Estados Unidos, será disputado antes do Kentucky Derby e do Preakness Stakes em 2020. E será daqui a exato um mês: 20 de junho. E as novidades não param por aí para a 152ª versão da prova. Será corrida em 1.800m (em vez dos 2.400m) e teve a bolsa reduzida em 33%, de US$ 1,5 milhão para US$ 1 milhão.

A expectativa é que a prova tenha campo cheio. No entanto, serão apenas 16 animais alinhados no partidor de Belmont Park. Entre os principais nomes que devem disputar a carreira, estão Tiz The Law, que ganhou o Florida Derby; Nadal e Charlatan, recentes vencedores das duas divisões do Arkansas Derby. Sole Volante, Basin, Farmington Road e Gouverneur Morris também aparecem como prováveis concorrentes.

Entre os treinadores na ativa nos Estados Unidos, D.Wayne Lukas é o que mais venceu o Belmont Stakes. Passou na frente em quatro oportunidades: 1994, 1995, 1996 e 2000. Todd Pletcher, vencedor em 2007, 2013 e 2017; e Bob Baffert, que levou em 2001, 2015 e 2018, aparecem na sequência com três vitórias cada. Depois, Nick Zito, com duas, em 2004 e 2008.

Mike Smith lidera entre os jóqueis na ativa. Venceu três vezes: 2010, 2013 e 2018. Com duas vitórias aparecem Edgar Prado, 2002 e 2004; John Velazquez, 2007 e 2012; e Joel Rosario, 2014 e 2019. Eles estão bem distantes de Jim McLaughlin, nos anos 1880, e Eddie Arcaro, entre os anos 1940 e 1950, que venceram a prova em seis oportunidades.

A disputa da tríplice coroa nos Estados Unidos continuará no segundo semestre de 2020. Por conta da pandemia de coronavírus, o Kentucky Derby foi transferido para 5 de setembro; e o Preakness Stakes será disputado em 3 de outubro. Dessa forma, haverá um intervalo de 15 semanas entre a primeira e a segunda prova da tríplice coroa.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Turfistas dos EUA apostam R$ 3,3 milhões nas corridas da Gávea desta semana. Já pensou esse dinheiro todo na pedra local do JCB?

Propaganda com as medidas anunciadas
pelo JCB: previsão era março de 2020

Os 18 páreos disputados no Hipódromo da Gávea nesta semana (17 e 18 de maio) tiveram um expressivo movimento de apostas nos Estados Unidos. Inseridas no simulcasting do Hipódromo de Pimlico (Baltmore, Maryland), as reuniões de domingo e segunda venderam US$ 593.438. Pelo câmbio desta segunda-feira (R$ 5,72), são R$ 3.394.465. Em média, cada páreo vendeu US$ 32.969 (R$ 188.581). As modalidades de apostas disponíveis das corridas da Gávea nos EUA são vencedor, placê, show, exata, double, trifeta e quadrifeta.

O movimento na segunda-feira ficou em US$ 305.366. Exatos 6% a mais dos que o apostado no domingo pelos norte-americanos: US$ 288.072. Nos dois dias, as carreiras de encerramento da jornada registraram o melhor movimento de apostas (US$ 55.746 na segunda e US$ 48.628 no domingo). As modalidades mais apostadas lá nos EUA são, na ordem: exata, vencedor e trifeta. 

Em novembro do ano passado, logo após a saída da PMU, a diretoria do Jockey Club Brasileiro anunciou uma série de medidas. Foi naquele comunicado sobre a criação da falecida Seguidinha. Uma das promessas era a seguinte:


GÁVEA X EUA

Após pesquisa, o Jockey Club Brasileiro optou por manter o Sistema de Totalização de Apostas com o qual trabalha há mais de 20 anos.

Com melhorias, sendo a principal delas o ITSP HOST, ou seja, protocolo internacional que permitirá às corridas do hipódromo da Gávea receber em sua pedra local as apostas geradas nos EUA.

As apostas feitas nos EUA que serão recebidas pelo JCB são: vencedor, placê, exata, trifeta e quadrifeta.

A previsão é de que a medida fosse implantada a partir de março de 2020. Estamos na segunda quinzena de maio e nada até agora. Nenhum comunicado. Nunca mais se falou no assunto. Será que virou fumaça?

Imaginem esse dinheirão todo incrementando o movimento geral de apostas (MGA) do JCB? Teríamos rateios melhores, menores variações nas pules. O que será que falta para virar realidade? Com a palavra, a diretoria do JCB.